Capítulo 57

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Maratona 3/10

- Desculpe, eu... Hã... Acabei de acordar - digo, olhando de Josh para Ben e depois para Josh de novo. A mão de Josh está parada no ar e me pergunto por que ele não está se mexendo. Sei que meu cabelo está uma vassoura, mas não acho que pareço uma louca desvairada. Pelo menos não louca o suficiente para justificar os olhos arregalados no rosto de Josh.

Por fim, ele pigarreia e abaixa lentamente a mão fechada.

- Bom dia , Any.

Ao ouvir meu nome, os olhos de Ben se abrem, tão arregalados que estranho um pouco, mas acabo me lembrando que o meu nome não é muito comum aqui nos EUA. Minha mãe falou que ela escolheu esse nome para mim pq ela amava o Brasil e então foi procurar nomes brasileiros e acabou gostando de Any e me deu esse nome. Então, olho novamente para Josh, mas ele não está olhando para mim. Não nos meus olhos, afinal. Está olhando, eu acho, diretamente para o meu peito. Não há muito para ver, ouço a voz da minha mãe em meu ouvido, seguida por sua gargalhada de fumante. Era algo algo que ela me dizia com frequência. Cruel, sim, mas verdadeiro - não herdei os atributos particulares da minha mãe, só mente o corpo bem torneado e uma bunda que possamos dizer grandinha, mas peitos, hum, peitos i don't have - , e não consigo imaginar o que atraiu a atenção de Josh.

Curiosa pra saber se estou em algum sonho estrambolico e vou me ver com os peitos de fora, vulnerável e desesperada para acordar, olho para baixo. O que vejo é pior. Luto contra o desejo desenfreado de fechar a porta na cara dos dois, voltar lá para cima e me enfiar na cama para nunca mais sair.

Estou usando o moletom dele. ( A foto do moletom tá na mídia). O de Wharton. Aquele com o qual estou dormindo toda noite desde que ele me trouxe do hospital para casa. Não é porque é dele, é claro, é apenas... Confortável. E tem um cheiro bom. Porém, tudo o que ele vê é que o estou usando e tudo o que quero fazer é morrer um pouquinho.

O calor sobe pelo meu rosto até que o sinto pegando fogo.

- Bem, obrigada por vir - digo, tentando manter a voz firme e calma. - O carro está... Bem, você sabe onde está o carro. Fale se precisar de alguma coisa.

Começo a fechar a porta, mas Josh estende a mão, parando-a.

- Espera.

Olho para seus dedos estendidos contra o nó da madeira. Lembro-me do sonho, dos seus dedos tocando os meus, e minha respiração acelera. Uma das minhas aulas on-line  de Harvard foi de introdução à arte: Como desenhar a Forma Humana. O professor disse que as mãos eram a parte mais difícil do corpo a ser desenhada, não só por causa da complexidade das articulações, das linhas e das proporções corretas que se deveria obter, mas porque elas são igualmente tão expressivas quanto o rosto em termos de gesto e emoção. Tinha achado aquilo idiota. Até agora. Engulo com dificuldade.

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Oi meus amores , como vcs estão?!
Espero que tenham gostado do capítulo! E também espero que vocês estejam gostando da maratona!

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