Capítulo 82

458 69 14
                                    



Não esqueçam da ⭐

Uma alergia a pessoas. A PESSOAS! À pasta de amendoim, já ouvi falar. Abelhas? Com certeza. Eu mesmo tenho um primo que é alérgico a coentro. Mas a pessoas? Embora Ben tenha me explicado no caminho para casa no sábado depois de sairmos da casa dela, eu só acreditei depois de ver o caso impresso naquele artigo do Times. Isso explicava muitas coisas, na verdade. As luvas, para começar. O jeito às vezes arisco dela. Por que ela foi parar no hospital depois de tirar Ben do rio. Ela literalmente arriscou a vida - mais do que eu imaginava - para salvá-lo. E então... Meu Deus, não posso acreditar que tentei beijá-la.

Porém, aquilo no que realmente não posso acreditar, ao vê-la seguir em direção à porta da frente depois de deixá-la em casa na segunda à noite, é o quanto ainda quero beijá-la.

Quando chego em casa, Joalin está sentada no sofá, folheando uma revista. É a primeira vez que tenho a oportunidade de conversar com ela em alguns dias - ela ficou no escritório o dia todo no domingo e só teve tempo de responder à minha mensagem perguntando se podia levar Ben à terapia. Sua resposta : Sim. Mas você fica me devendo. De novo.

- Como foi, maninho? - pergunta, olhando para mim.

Sento-me ao seu lado e passo as mãos pelo cabelo.

- Foi... interessante - digo. - Você provavelmente não vai acreditar nisso.


E então lhe conto os detalhes sobre Any, o problema dela, o beijo que quase lhe dei.

Não sei ao certo o que esperava como reação talvez choque, como a minha? Mas, quando para de falar, Joalin ri.

Não, ela não apenas ri.

Ela cai na gargalhada.

Ela se acaba de rir.

Ela literalmente não consegue respirar.

- Não é engraçado - digo. - Eu poderia ter matado ela!

Ela ri mais um pouco e, em seguida, recupera lentamente o fôlego.

- Não, não. Você tem razão. Essa parte não é engraçada. Mas o resto? Ai, meu Deus! - ela cai na risada novamente e fico ali, parado, esperando que a doida da minha irmã se controle.

- Porra Joalin! Sério - digo, já estressado, sentando-me na outra ponta do sofá. - O que há de tão engraçado nisso?

Perto o Bastante para Tocar |Beauany |CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora