Capítulo 51

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Maratona- 3/5

Vim com a intenção de lhe perguntar sobre A Redoma de Vidro, mas agora vejo que não sei como fazer isso. Ou talvez eu não queira que a conversa acabe tão rápido.

- Com está se sentindo? - pergunto no exato momento em que ela pergunta:

- Você está fazendo alguma aula ou algo do tipo?

Nós dois rimos.

- Você primeiro - digo.

Ela repente a pergunta.

Inclino a cabeça.

- Como assim?

- Sei lá; você está tendo aulas de literatura moderna? Só estava tentando descobrir por que está tão interessado em As Virgens Suicidas. Você não faz parte exatamente do público-alvo.

- Não?  Quer dizer que não tem muitos homens de meia-idade retirando livros para jovens adultos o tempo todo?

- Você está longe da meia-idade - diz ela, depois olha para baixo.

Está fazendo aquela coisa novamente, quando é ousada e atrevida, mas, em seguida, fica subitamente tímida e sem jeito. É uma dança, e não sei os passos.

- É para a minha filha - digo

Ela franze as sombrancelhas.

- Filha?

- Sim. Emma. Ela tem 14 anos. Mora em New Hampshire com a mãe. - E acrescento: - Minha ex.

Ela franze as sombrancelhas

- Então... Vocês fazem parte de um clube do livro de pais e filhas ou algo assim?

Ofereço um sorriso largo, mas sei que é um triste impostor. Como explico o que estou fazendo? Afinal, o que estou fazendo?

- Mais ou menos isso - digo. - Só estou, sei lá, lendo alguns dos livros que ela leu, tentando me indentificar com ela, acho. Tentando compreendê-la melhor. - Ela olha novamente para o relógio. - Desculpe, é ... Que horas a biblioteca fecha?

- Às sete - diz. - Mas tudo bem. Michael ainda está aqui.

Ela faz um sinal na direção do homem com o travesseiro. Olho para ele e depois novamente para ela e decido que devo ir ao que interessa.

- Então, você leu A Redoma de Vidro, certo?

- Claro - responde, como se todo mundo tivesse lido, enquanto eu só fiquei sabendo da existência dele por causa do diário de Emma.

- Se alguém se indentifica para valer com Emma, acha que isso é preocupante? Tipo, talvez essa pessoa seja, sei lá, suicida ou algo assim?

- Estamos falando da sua filha?

- Sim.

Ela franze a boca como se realmente estivesse pensando, ou talvez apenas estivesse tentando lembrar dos detalhes do livro, e noto que tem uma leve projeção do lábio inferior, forçando o superior a se projetar também, como se fosse a aba de um chapéu minúsculo. Fico olhando para ele, incapaz de desviar o olhar. Finalmente, ela diz:

- Acho mais preocupante quando uma adolescente não se indentifica com Esther.

- Sério? - pergunto, levantando os olhos para encontrar os dela. - Por quê?

- Bem, ela está se debatendo, certo? Ela se sente presa, insegura, não sabe ao certo quem é e qual é o seu lugar no mundo. Mesmo fazendo aquele estágio glamoroso pelo qual outras garotas matariam, ela se sente uma impostora.

- E isso é bom? Baixa autoestima?

Ela prende o lábio inferior nós dentes.

-Melhor do que a alternativa.

- Que é...?

- Você já esteve no ensino médio. Existe alguma coisa pior do que um adolescente arrogante?

Rio, por pensar que eu era o adolescente arrogante na época do ensino médio, e em seguida, sinto uma pequena angústia ao pensar em Emma lutando com essas grandes questões da vida, imaginando onde se encaixa.

- Mas, então, mais uma vez - diz Any - , esse livro é parcialmente autobiográfico, e Sylvia Plath se matou um mês depois da publicação. Então, o que eu sei?

Fico olhando para o seu rosto inexpressivo, até que ela abre um pequeno sorriso, e acho que é o sorriso mais lindo que já vi em toda minha vida.

- Obrigado - digo, com uma risada suave, tentando esconder a minha cara de redido. - Ajudou muito.

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Espero que tenham gostado do capítulo! E também espero que estejam gostando da maratona!

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