Deixe a estrelinha ✨
Pov Josh
A dinâmica da carona mudou, agora que Ben está conosco. E lembro por que um trio de crianças nunca deu certo no parquinho - alguém sempre fica de fora. No carro, essa pessoa sou eu. Quando Ben não está concentrado no seu iPad, ele e Any conversam. Constantemente. Sobre coisas estranhas, coisas das quais nunca ouvi falar, nem sei se são reais, como a anatidaefobia, o medo irracional de que, não importa onde você esteja, está sendo observado por um Pato. Ben ri tanto com isso no banco de trás que até se dobra, segurando a barriga de dor.
Os dois conversam muito, mas nossas conversas se resumiram a um olá, perguntas do tipo sim ou não, e o '' até amanhã '' que ela responde toda vez que a deixo em casa, tiro sua bicicleta do carro e digo: "até amanhã".
Por isso, não faz sentido que eu me veja a cioso para chegar logo o fim do dia. Que meus braços e pernas se sintam mais leves quanto mais perto estou da biblioteca. Que seja ela - mesmo quando está falando de patos - com quem eu mais quero estar.
Sexta-feira não é diferente. Durante todo o trajeto para casa, eles falaram sobre invenções, embora fosse mais uma troca de fatos do que uma conversa.
- A senhora que inventou biscoitos com gotas de chocolate vendeu a ideia para a Nestlé por um dólar.
- O plástico bolha foi um acidente. Estavam tentando fazer um papel de parede tridimensional.
- O inventor da Fender Stratocaster nem sabia tocar guitarra.
É como se houvesse um bolso extra no cérebro onde eles guardam fatos inúteis, como alguém guardando um lenço de papel sujo, caso venha precisar dele novamente.
Quando chegamos à casa de Any, ocorre-me que só irei vê - lá novamente na segunda, e essa ideia me incomoda. Ela põe a mão na maçaneta da porta.
- Acabei de ler Eclipse total - deixo escapar. Não é exatamente verdade, pois ainda estou na metade.
Sua mão para. Acho que deu certo.
- O que achou?
- Eu não queria ser o cara que encheu o saco dela.
Ela ri.
- Então, você quer... - Meus lábios estão secos, e molho o inferior com um movimento rápido da língua, e sinto que a Any olhava fixamente para a minha boca e para os meus olhos enquanto eu a umidecia, e eu encarei profundamente para os seus olhos. Depois de uns dois minutos nos recompomos novamente -... Hã.. Eu sei que é final de semana, mas talvez pudéssemos... Sei lá. Nós encontrar. Falar sobre ele.
Ela olha novamente para os meus olhos e para minha boca e fica me encarando. Eu a encaro de volta. Ela olha para o seu colo como se estivesse tentando tirar todos os sentimentos da cabeça dela.
- Hum... Sim - diz. - Claro. Se você quiser... Talvez, vim aqui amanhã? Eu não... Eu vou estar de folga.
- Sim, ótimo - digo, olhando fixamente nos seus olhos que se encontram em um castanhos bem escuro. - então está certo! Trago o almoço. Está marcado.
- Tudo bem - diz, saindo do carro em seguida.
Em uma ação que agora se tornou rotina, saio do carro, tiro a bicicleta do porta-malas, coloco-a atrás do portão e antes que ela se vire para entrar para dentro de casa eu digo:
- Boa noite Any, até amanhã - falo olhando para os seus olhos e para a sua boca.
- Boa noite Josh, até! - ela me olha profundamente e sinto ela ler meus pensamentos. Acho que terei um trabalhinho quando chegar em casa...
Volto para o carro e coloco a ré.
- Você acabou de marcar um encontro com ela? E ainda por cima vocês dois estavam tão concentrados um no outro que esqueceram que tem uma criança junto com vocês - Ben abre a boca no banco de trás.
- Não. Não, é claro que não é um encontro. Ela só está me ajudando com... Uma coisa. E pode parar que nós não estávamos "concentrados um no outro".
- Ha-Hã - diz, é volta a atenção para seu jogo.
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Espero que tenham gostado do capítulo.
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Amo vocês 😍😍❤️
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Perto o Bastante para Tocar |Beauany |CONCLUÍDA
RomansaCONCLUÍDA. Any Gabrielly é uma jovem com uma condição médica rara: ela é alérgica ao toque de outros humanos. Depois de uma humilhante experiência de quase morte na escola, Any tornou-se uma reclusa, vivendo os últimos nove anos nos confins da pequ...