37- A favor ou contra

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— ...Senhor, guia Teus filhos nessa reunião e que a Tua vontade seja feita. Em nome de Jesus, amém.

— Amém — Tulip, Samuel e eu dissemos em uníssono, ao fim da oração de Johanna.

— Prontos? — a voz de Nathan preencheu a sala, chamado nossa atenção.

— Está aí há muito tempo? — perguntei vendo-o escorado ao lado da porta.

— Um pouco, mas vocês estavam orando, achei melhor não atrapalhar. — Deu de ombros com um sorriso no canto dos lábios. — Você e o Samuel são o próximo assunto da reunião, vamos?

Concordamos e seguimos Nathan sob as palavras de encorajamento da nossa "torcida".

— Já venho chamar vocês, não entrem em pânico. — Nate piscou dando uma risadinha e sumindo atrás da porta.

— Agora é tarde, o pânico está começando a se espalhar. — Mordi o lábio inferior com nervosismo.

— Vai ficar... — Samuel se interrompeu. — Você já sabe.

Levantei os olhos para o rapaz ao meu lado que encarava a porta a nossa frente.

— Ei — chamei sua atenção, fazendo seus olhos encontrarem os meus —, me desculpa pelo jeito que agi agora há pouco? Estava brava comigo mesma e descontei em você.

— Te desculpo, porém somente se você me perdoar por ter te irritado. — Sorriu me levando a fazer o mesmo.

— Perdoado. — Estendi a mão para um cumprimento formal e ele a apertou rindo do gesto.

— Mas você realmente fica fofa quando está brava — provocou ainda segurando minha mão.

— Eu sei, não sou nada ameaçadora, é um fato comprovado. — Entrei na brincadeira.

— Tem muita doçura e gentileza em você, o que impede que assuste alguém. É aquele tipo de pessoa que procura resolver todos os conflitos através do diálogo, e olha, você tem inteligência de sobra para isso.

— Obrigada, isso foi muito gentil da sua parte. — Ri sem jeito pelos elogios e voltei o olhar para nossas mãos ainda unidas.

— Me desculpe. — Ele soltou minha mão de forma súbita, parecia nem ter notado que estavam juntas.

Ia dizer que estava tudo bem, mas meu irmão abriu a porta antes, nos avisando que já podíamos entrar.

— Então, o que vocês dois tem para nos dizer? — Meu pai perguntou assim que nos sentamos.

Analisei os dez homens que formavam o Conselho nos observando com curiosidade.

"Seja o que o Senhor quiser." — orei em pensamento antes de começar a expor nossas idéias.

— Samuel e eu temos um apreço em comum por história. — Vi pelo canto do olho o rapaz assentir. — E devido a isso, acabamos por conhecer mais a fundo um assunto que é praticamente proibido nesse reino: o tratado que separa Salun e Cristyn.

Um burburinho se fez ouvir na sala, meu pai era o único que não parecia surpreso.

— E o que vocês querem sugerir? — O rei arqueou a sobrancelha.

— Pesquisamos muito e chegamos à conclusão que uma aliança entre os reinos seria muito proveitosa — Sam respondeu.

— Era só o que faltava! — Alguém reclamou na mesa e contagiou os outros a opinar.

— Silêncio! — Papai elevou a voz fazendo todos se calarem. — Peço que aguardem o término da argumentação deles, por favor.

— Como estávamos dizendo — retomei o assunto correndo os olhos pelas pessoas na mesa —, vemos muitos benefícios em uma possível reconciliação com o reino vizinho, tenho em mãos uma lista repleta deles, se me permitirem ler.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora