Epílogo

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— Já está pronta, amor? — Ouço a voz do Sam do outro lado da porta e me apresso.

— Quase! — gritei prendendo metade do cabelo com uma presilha e dando uma última olhada no espelho.

Peguei o papel que estava cuidadosamente dobrado sobre a penteadeira e abri a porta do quarto.

— Uau, você está linda. — Sorriu se inclinando e depositando um beijo na minha bochecha.

— É minha roupa mais simples e eu mesma arrumei o cabelo, tenho algumas dúvidas sobre esse elogio. — Estreitei os olhos em descrença.

Enlacei meu braço no seu e seguimos nosso caminho até a cozinha.

— Já te disse que não me importo nem um pouquinho com luxo e essas coisas de realeza, além do mais, a simplicidade realça sua beleza. Seus olhos, seu sorriso, cada parte de você foi feita por Deus, não precisa de nenhum agente externo para se tornar bonita, já é.

Olhei para ele surpresa com suas palavras.

— O que foi? — questionou minha expressão.

— É que às vezes você diz umas coisas tão lindas e parece que nem percebe. — Dei risada.

— Só disse a verdade, porém se acha tão maravilhoso assim, poderia me agradecer contando para onde vamos. — Usou mais uma tática para tentar me convencer a revelar nosso destino.

— Samuel, já tentou três vezes e eu vou repetir a mesma coisa: é uma surpresa! Sabe, aquela coisa que não contamos até o momento que ela se revela sozinha. — Revirei os olhos sob seus protestos enquanto entrava na cozinha para pegar a cesta com nosso lanche.

— Ei, o aniversário de casamento é nosso, tenho o direito de saber aonde vamos. — Continuou insistindo ao sairmos de casa.

— Quer mesmo saber? — Parei quando chegamos ao jardim.

— Claro! Esse tal lugar fez a gente acordar super cedo, agindo como dois fugitivos, e ainda fez você se arrumar sozinha. Me diz, aonde é?

Abri o mapa que estava na minha mão e o mostrei, internamente sorrindo pelo fato de que ele nunca entenderia. E eu estava certa.

— Isso deveria ser um mapa? Parece mais um guia de como se perder, não dá para compreender nada escrito aí. — Cruzou os braços.

— Pois é, mas minha mãe me explicou direitinho. É um lugar tão secreto que até o mapa tem suas peculiaridades. — Dei de ombros subindo na carruagem que nos aguardava.

— Tudo bem, eu me rendo, vou esperar a surpresa se revelar. — Suspirou sem opções sentando ao meu lado.

— Bom garoto — gracejei entrelaçando meus dedos nos seus.

Seguimos sem pressa, aproveitando a manhã agradável. Sorri em meio à brisa fresca que bagunçava meu cabelo enquanto me lembrava o que acontecia naquela mesma data, há um ano.

Yuna, te conhecer foi uma das melhores coisas que já aconteceram comigo. Você é uma mulher incrível, a cada dia que passo ao seu lado descubro algo novo sobre você e isso faz com que eu te ame mais e mais. É lindo ver seu amor por Deus e desejo de melhorar constantemente. Oro todos os dias para que o Senhor me ajude a ser parecido com Cristo e um bom marido para você. — Ele sorriu e eu retribuí, sentindo as batidas do meu coração se acelerando.

Meus olhos ardiam pelas lágrimas e minha voz saiu um pouco embargada quando comecei a falar meus votos.

— Lembro de quando te vi pela primeira vez, confesso que fiquei encantada, mas depois fui descobrindo que você é muito mais que um rostinho bonito. — E aqui eu ouvi alguns risinhos no salão, inclusive do meu noivo. Vermelha, eu continuei: Sam, vejo a luz de Cristo brilhando na sua vida. Você me faz querer crescer em amor pelo Senhor e esse é um dos motivos de eu te amar. Peço a Deus que me ajude a ser uma boa esposa e que pela graça dEle sigamos firmes até o fim.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora