Coloquei uma roupa confortável e fui encontrar minha mãe no estábulo.
O dia havia amanhecido muito bonito, o céu cheio de nuvens deixava o clima bastante agradável e aumentava meu ânimo para sair explorando meu reino. Havia decidido que se eu tinha que cumprir aquele desafio, o cumpriria com a menor quantidade possível de murmurações.
— Aí está você! — Minha mãe veio em minha direção com uma expressão de animação bem evidente.
— Aqui estou eu. — rebati forçando meu melhor sorriso.
— Nem estou acreditando que você vai mesmo fazer isso, Ellen. — Nathan, meu irmão, surgiu atrás dela, junto ao meu pai, e fez questão de dizer. — É um dia histórico, vai para os registros.
— Que engraçado, Nate, você deveria renunciar o trono e viver como bobo da côrte — respondi irônica.
— Certo, parem os dois — meu pai interviu com seu tom autoritário. — Espero que tenha um bom dia, filha, e que se divirta muito.
— Obrigada, pai — agradeci e me virei para minha mãe afim de brincar com ela. — E lá vou eu, não é? Cumprir meu castigo mesmo sendo inocente.
— Corrigindo, e lá vai você, rumo a um dia muito divertido e que vai me render muitos agradecimentos. — Ela sorriu me empurrando em direção a Estrela, minha égua que já esperava pacientemente. — Toma, pedi para fazerem um lanchinho para mais tarde.
— Muito obrigada. — Peguei a bolsa que ela me estendia.
— Agora é hora de ir, sem enrolação.
— Tudo bem. — Suspirei e voltei a olhar para o animal que fazia um tempo que não montava. Resolvi fazer um carinho no seu pelo amarelado, só por via das dúvidas. — Oi, Estrelinha, espero que ainda goste de mim e não pense em me derrubar.
Subo nela sem muita dificuldade, pelo visto ela ainda era muito tranquila. Acenei para minha família enquanto começava a me mover divagar e atravessei os portões do castelo sendo seguida por Joe.
Eu me sentia um pouco temerosa em cumprir o que minha mãe havia me desafiado, mas ao sentir o vento balançar meus cabelos e acariciar meu rosto enquanto ganhava velocidade o temor foi sumindo, dando lugar ao que parecia adrenalina.
Provaria para todos que eu podia até ser muito caseira e reservada, mas que quando queria poderia fazer coisas surpreendentes.
Começando por aquele simples desafio.
☆☆☆
Minha mãe estava certa quando me disse naquela manhã que não havia uma casa sequer no caminho até a floresta. Salun começava a partir do castelo, e a sensação era que este tinha um quintal enorme, me perguntava o porque de não haver nada naqueles tantos quilômetros de planície.
— A senhorita não tinha que levar algumas flores para sua mãe? É bom começar a recolhê-la. — A voz grave do guarda me tirou do meu momento contemplativo.
— Verdade, Joe — respondi puxando as rédeas da Estrela.
Meus pés logo tocaram o chão e senti minhas botas afundarem na grama úmida. Corri os olhos pelo espaço verde que se estendia por todas as direções e examinei as opções.
— Eu poderia arrancar qualquer uma e levar, mas tentarei fazer as melhores escolhas. Serei exigente — comentei enquanto me abaixava para olhar mais de perto cada uma das delicadas flores que surgiam hora ou outra.
— Pelo visto quer provar alguma coisa a alguém — pontuou e o encarei.
— Sim, quero provar a todos que eles estão errados sobre mim, eu sou bem capaz de fazer uma coisinha simples assim e muitas outras que eles nem imaginam.
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Graça, margaridas e chá
SpiritualSérie Redenção: Livro 1 Eleanor Yuna nunca imaginou que atravessar um rio pudesse mudar o rumo de sua vida. A princesa não almejava de jeito algum ser o centro das atenções ou ter que tomar decisões importantes. Estar nas sombras era bem mais confo...