45- Lírios e ponte

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— Yuna? — O olhar surpreso de Johanna recaiu sobre mim.

— Oi, eu não tenho muito tempo, o Samuel está aí? — minhas palavras saíram apressadas.

— Não, ele saiu para comprar algumas coisas faz um tempo. — Me encarou com preocupação. — Está tudo bem?

— Não — fui sincera.

— Vem, vamos entrar. — Ela abriu passagem para Joe e eu. — Sentem aí e me expliquem o que aconteceu.

— O Nathan acordou, essa é a notícia boa — um sorriso se abriu no rosto dela —, mas a notícia ruim é que meu pai quer começar uma guerra contra Cristyn.

— Uma guerra? — Se assustou com minha revelação.

— É, preciso da ajuda do Sam para resolver isso. — Apertei os lábios um tanto ansiosa. — Ele vai demorar muito?

— Alguns minutos, querida. — Colocou a mão no meu ombro e eu lhe dirigi um sorriso fraco.

Eu estava lutando contra mim mesma naquele momento, meu coração queria se desesperar, porém eu sabia que era uma péssima atitude. Sabendo qual era a única solução para aquela sensação, passei a lembrar das palavras de Deus para momentos como aquele.

Tinha descoberto que era apenas nEle que encontraria o consolo e força necessários para me acalmar.

Quando enfim respirei mais tranquila, o som da voz de Samuel alcançou meus ouvidos.

— Sam! — Levantei em um sobressalto.

— Yuna? O que você faz aqui? — Seu olhar analisou meu rosto com um misto de curiosidade e preocupação. — Seu irmão está bem?

— O Nathan vai ficar bem, ele acordou hoje — dei um pequeno sorriso, era minha maior alegria naquele dia —, mas eu vim aqui por outro motivo. Preciso da sua ajuda para chegar até o rei.

— Chegar até o rei? — foi Johanna que perguntou. — Não tinha me contado essa parte da história, mocinha.

— É o único jeito de descobrir se esse atentado foi realmente orquestrado por ele. — Voltei o olhar para Samuel. — Vai me ajudar?

— O seu pai quer mesmo invadir nosso reino?

— Sim, e eu consegui um dia para tentar resolver esse problema, se não conseguir, bom, aí não poderei mais intervir.

— E você quer falar diretamente com o rei de Cristyn? Não sei se será possível. — Balançou a cabeça.

— Ele não está aqui? — Arqueei as sobrancelhas cogitando a idéia.

— Está, até onde sei, mas o problema é ir até ele. Você sabe melhor que eu o necessário para falar com um membro da realeza, não pode simplesmente ir lá e pedir para ter uma conversa com ele. — Jogou um balde de água fria no meu plano, e infelizmente ele estava certo.

Sentei no sofá e tentei pensar em outra saída, contudo não estava tento sucesso.

— Acho que não há outra opção além de ir até lá e ver no que vai dar — Joe opinou ganhando nossa atenção. — Quem sabe tudo que precisamos é dizer a verdade? As consequências podem ser contrárias ao desejado, mas é nossa única opção.

— Quer saber? Tem razão, Joe, vamos apenas ir e esperar em Deus que tudo dê certo. — Fiquei em pé outra vez. — Tudo bem para você, Sam?

— Vamos, pode dar certo.

— Tomem cuidado, muito cuidado, entenderam? — dona Johanna pediu nos olhando com preocupação enquanto saíamos de casa.

— Pode deixar, mãe. — O rapaz deu um beijo na bochecha dela. — Já voltamos.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora