47- Alegria indizível

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3 meses depois...

Estiquei o corpo até ficar na ponta dos pés e consegui devolver o livro ao seu lugar em uma das estantes da biblioteca.

Secretamente torci para ficar longe de problemas políticos por um tempo, talvez para sempre, se não fosse sonhar alto demais.

— Aqui está você! Estou te procurando há um tempão. — Nathan se escorou na porta e me encarou sério. — Quer se atrasar logo hoje?

— Não mesmo! Já estava indo para lá. — Caminhei até ele e enlacei seu braço enquanto seguíamos para a sala. — Tudo bem com você?

— Quase cem por cento. — Deu um pequeno sorriso.

— Fique longe de encrenca, mocinho, não quero ter que aguentar seu mau humor de doente de novo — brinquei e ele revirou os olhos rindo.

— A encrenca veio até mim, mas graças à minha irmã corajosa, e um tanto doida, tudo se resolveu. Às vezes sinto um calafrio ao lembrar que duas pessoas tão ruins estavam debaixo do nosso teto, que sabotaram a sua apresentação e ainda tentaram te amedrontar forçando a porta do seu quarto. É muita falta de noção!

— Realmente, mas graças ao bom Deus tudo ficou bem. — Suspirei recordando a tensão de meses atrás.

Os olhos de papai flamejaram de raiva ao ver Patrick e Steve em sua frente. Ele não tinha reagido nada bem ao saber que um dos membros do Conselho foi capaz de fazer algo tão estúpido, e ainda ameaçou a vida de seus filhos. Não queria estar na pele daqueles dois.

Pai e filho se entre olharam, prevendo que o chamado à presença do rei era o indício de que tudo tinha vindo às claras.

Patrick negou firmemente ter sido o mandante do atentado, porém ele não contava que seu filho fosse tão maleável a ponto de ceder e revelar todo o plano sob a promessa de uma redução da pena.

— Eu não sei do que esse garoto está falando. — Patrick lançou um olhar mortal a Steve.

— Tudo isso foi idéia sua, eu avisei que era um absurdo, mas fui idiota em seguir seu plano. — O mais novo rebateu.

Nós observamos a discussão calorosa que se seguiu, a qual apenas reafirmava nossa acusação.

— Silêncio! — Papai vociferou e lançou um olhar para os guardas. — Prendam-nos!

No fim, a razão de tudo foi a vontade de Patrick de manter as coisas como estavam, tão apegado à suas próprias opiniões, não dava o braço a torcer nem que isso custasse o bem estar de uma ou muitas pessoas. O resultado? A prisão dele e de seu filho por traição à Coroa e ainda tentativa de homicídio, que Patrick jurou não ser sua intenção.

Voltei minha atenção para meu irmão, o coração aliviado por tudo ter chegado ao fim.

— E agora o que seu coração deseja vai se realizar — Nate sorriu, insinuando algo que eu fingi não entender —, não faça essa cara, eu sei muito bem que a aliança tem uma pontinha de raiz no seu sentimento por Samuel.

— Meu amor é dedicado à família inteira, se quer saber. — Soltei-me dele e cruzei os braços.

— Ellen, quanto tempo será que vai levar para entender minha habilidade em descobrir seus segredos? Te conheço muito bem. — Passou o braço pelos meus ombros me puxando para seu lado de novo.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora