4- A inquietude e o descanso🌷

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Tulip

— Onde você estava? Achei que hoje iria preparar o almoço — Foi o que minha mãe disse quando cruzei a porta.

Lavei as mãos e fui rapidamente lhe ajudar na preparação da nossa refeição.

— Desculpa, mas aconteceu uma coisa diferente hoje...

Organizei de forma ligeira como contaria a minha mãe sobre a moça Saluniana. Julguei melhor não revelar sua origem por receio da sua reação.

— Então... — Me incentivou a continuar meu relato.

— Eu estava na floresta lendo a bíblia quando ouvi um grito, saí correndo em direção ao som e encontrei uma moça caída na beira do rio.

— Na beira do rio? — ela indagou com estranhamento e eu assenti.

— Eu a trouxe aqui em casa e cuidei do ferimento que ela tinha na mão. Depois acabou acontecendo de surgir uma brecha para eu lhe falar do evangelho, li pra ela a passagem de Isaías 53. Como ela não entendeu nadinha sobre eu iria lhe explicar, mas então deu sua hora de voltar para casa, não querendo perder a oportunidade eu lhe emprestei minha bíblia afim de que ela leia mais e também que volte aqui para conversarmos mais. Fim.

— Quem é ela? Nunca a viu por aqui?

— Se chama Yuna e, bem, ela não é esses lados. — Literalmente.

— Que história, hein! Mas vamos orar para Deus tocar o coração dessa moça. Espero estar aqui da próxima vez que ela vir — disse enxugando as mãos. — Ah, e depois que você almoçar, pode levar o almoço do Sam? Na verdade, é melhor levar para o senhor Afonso também, aqueles dois devem estar tão focados no trabalho que nem sequer lembraram de comer.

— Posso sim — concordei concentrada no que cortava para não levar meu dedo junto.

♡♡♡

Fiz assim como tinha dito a minha mãe e depois de alguns minutos de caminhada eu avistei o centro comercial de Cristyn.

Cumprimentei algumas pessoas pelo caminho antes de entrar na mercearia que meu irmão trabalhava.

— Boa tarde, senhor Afonso — cumprimentei o homem atrás do balcão.

— Tulip! Que alegria vê-la aqui. — Veio até mim e me recebeu com um abraço caloroso.

— Vim trazer o almoço de vocês, minha mãe disse que provavelmente não lembrariam de comer, ela estava certa? — Arqueei uma sobrancelha.

— Já é hora do almoço? — Ele gargalhou. — Ficamos tão entretidos no trabalho que nem notamos o tempo passar.

— Problema resolvido! — Coloquei a cesta que minha mãe havia preparado sobre o balcão e retirei os pratos.

— Que Deus abençoe vocês! — Sorriu pegando o alimento.

— Amém. Onde meu irmão está?

— Arrumando as prateleiras, lá no fundo da loja.

Pedi licença e fui à procura do meu irmão mais velho. O encontrei em uma das últimas prateleiras, organizando a mercadoria.

— Acho que isso fica melhor aqui... — disse colocando o saco de farinha em outra prateleira.

— Que bom que você não trabalha aqui. — Desfez minha troca com um sorrisinho para me irritar.

— Que ótimo, então posso levar seu almoço de volta. — Fiz menção de sair, mas ele me puxou de volta.

— Já estava quase desmaiando de fome. — Pegou a cesta da minha mão.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora