Depois de conversar com vários convidados chegou o momento das danças e meu pai foi meu primeiro par.
— Não está bravo pelo discurso, está? — perguntei depois de alguns segundos de silêncio entre nós.
— Não, é melhor mesmo que saibam por você. — Sua expressão era calma, bem diferente do dia que revelei a verdade a ele. — Mas ainda não é meu assunto favorito então, para o bem do meu humor, vamos falar de outras coisas, tudo bem?
Assenti, sabia que não era o momento de discutir aquilo, então conversamos sobre assuntos aleatórios até a dança terminar e Nathan tomar o lugar dele.
— Em um resumo, nossos familiares ficaram bem com sua pequena revelação, exceto a família superioridade — meu irmão contou já que estava perto deles durante o discurso.
— O que mais se esperaria deles? — Sorri tranquila e logo mudando de assunto. — Já te agradeci por ter sido tão corajoso em pedir para convidar meus amigos?
— Não com essas palavras. — Riu.
— Pois você foi muito corajoso, obrigada por esse presente, te acho o melhor irmão do mundo, sabia disso? — Arqueei uma sobrancelha.
— Como não seria? — Sorriu convencido e dei um tapa de leve em seu ombro.
Nossa conversa seguiu cheia de gracinhas por parte do meu irmão até ele fechar a expressão no fim da música.
— Seu amiguinho vem aí — resmungou olhando por sobre meu ombro.
Olhei para trás vendo Samuel se aproximar com as mãos atrás das costas e um sorriso no canto da boca. Meu irmão se afastou depois de cochichar um aviso para ficar atenta ao meu amigo, revirei os olhos como resposta.
— A princesa me daria a honra de uma dança? — Sam estendeu a mão para mim quando uma nova melodia preencheu o ambiente.
— Claro. — Minha voz saiu como um sussurro.
Torci para ele não notar minhas mão suada em contato com a sua e a forma como eu endireitei o corpo ao sentir seu toque em minhas costas.
— Você sabe mesmo dançar — constatei alguns segundos depois.
— Talvez eu tenha treinado um pouquinho, não podia passar vergonha dançando com uma princesa.
— Sua irmã também fez isso? — Observei a moça sendo conduzida por Nate.
— Sim, foram noites engraçadas. — Seu rosto de iluminou pela lembrança.
Eu não conseguia agir com normalidade com ele tão próximo a mim então fiquei quieta por mais algum tempo.
— Tem algo errado? — Não deixou meu comportamento estranho passar.
— Não. — Me esforcei para pensar em algum assunto e disse a primeira coisa que lembrei. — Como você está no trabalho?
— Bem. — Riu de leve com minha pergunta aleatória. — Um sobrinho do senhor Afonso veio morar com ele, agora o serviço ficou mais leve.
— Isso é ótimo! E quanto tempo vão durar suas férias?
— Um mês, descanso e tranquilidade de sobra — afirmou satisfeito. — E você, gostando de ir à igreja daqui?
— Sim! — O assunto rapidamente me deixou mais desenvolva. — É tão bom, Sam, bem diferente de estudar a Bíblia sozinha ou apenas com a Trícia, uma atmosfera diferente, entende?
— Com certeza, me sinto assim na minha igreja também. Adorar a Deus em comunhão com outras pessoas que estão no mesmo caminho é singular.
Depois disso o assunto fluiu como um rio. Prometi a mim mesma me esforçar para não deixar meu coração interferir na relação de amizade entre mim e Sam. Gostava demais dele e não queria perder aquilo.
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Graça, margaridas e chá
SpiritualSérie Redenção: Livro 1 Eleanor Yuna nunca imaginou que atravessar um rio pudesse mudar o rumo de sua vida. A princesa não almejava de jeito algum ser o centro das atenções ou ter que tomar decisões importantes. Estar nas sombras era bem mais confo...