31- Eu e você, você e eu

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Depois de conversar com vários convidados chegou o momento das danças e meu pai foi meu primeiro par.

— Não está bravo pelo discurso, está? — perguntei depois de alguns segundos de silêncio entre nós.

— Não, é melhor mesmo que saibam por você. — Sua expressão era calma, bem diferente do dia que revelei a verdade a ele. — Mas ainda não é meu assunto favorito então, para o bem do meu humor, vamos falar de outras coisas, tudo bem?

Assenti, sabia que não era o momento de discutir aquilo, então conversamos sobre assuntos aleatórios até a dança terminar e Nathan tomar o lugar dele.

— Em um resumo, nossos familiares ficaram bem com sua pequena revelação, exceto a família superioridade — meu irmão contou já que estava perto deles durante o discurso.

— O que mais se esperaria deles? — Sorri tranquila e logo mudando de assunto. — Já te agradeci por ter sido tão corajoso em pedir para convidar meus amigos?

— Não com essas palavras. — Riu.

— Pois você foi muito corajoso, obrigada por esse presente, te acho o melhor irmão do mundo, sabia disso? — Arqueei uma sobrancelha.

— Como não seria? — Sorriu convencido e dei um tapa de leve em seu ombro.

Nossa conversa seguiu cheia de gracinhas por parte do meu irmão até ele fechar a expressão no fim da música.

— Seu amiguinho vem aí — resmungou olhando por sobre meu ombro.

Olhei para trás vendo Samuel se aproximar com as mãos atrás das costas e um sorriso no canto da boca. Meu irmão se afastou depois de cochichar um aviso para ficar atenta ao meu amigo, revirei os olhos como resposta.

— A princesa me daria a honra de uma dança? — Sam estendeu a mão para mim quando uma nova melodia preencheu o ambiente.

— Claro. — Minha voz saiu como um sussurro.

Torci para ele não notar minhas mão suada em contato com a sua e a forma como eu endireitei o corpo ao sentir seu toque em minhas costas.

— Você sabe mesmo dançar — constatei alguns segundos depois.

— Talvez eu tenha treinado um pouquinho, não podia passar vergonha dançando com uma princesa.

— Sua irmã também fez isso? — Observei a moça sendo conduzida por Nate.

— Sim, foram noites engraçadas. — Seu rosto de iluminou pela lembrança.

Eu não conseguia agir com normalidade com ele tão próximo a mim então fiquei quieta por mais algum tempo.

— Tem algo errado? — Não deixou meu comportamento estranho passar.

— Não. — Me esforcei para pensar em algum assunto e disse a primeira coisa que lembrei. — Como você está no trabalho?

— Bem. — Riu de leve com minha pergunta aleatória. — Um sobrinho do senhor Afonso veio morar com ele, agora o serviço ficou mais leve.

— Isso é ótimo! E quanto tempo vão durar suas férias?

— Um mês, descanso e tranquilidade de sobra — afirmou satisfeito. — E você, gostando de ir à igreja daqui?

— Sim! — O assunto rapidamente me deixou mais desenvolva. — É tão bom, Sam, bem diferente de estudar a Bíblia sozinha ou apenas com a Trícia, uma atmosfera diferente, entende?

— Com certeza, me sinto assim na minha igreja também. Adorar a Deus em comunhão com outras pessoas que estão no mesmo caminho é singular.

Depois disso o assunto fluiu como um rio. Prometi a mim mesma me esforçar para não deixar meu coração interferir na relação de amizade entre mim e Sam. Gostava demais dele e não queria perder aquilo.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora