18 - Em apuros

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A sensação que me envolvia na volta para casa era de liberdade, com uma felicidade enorme correndo pelas minhas veias. Queria dançar, pular e contar para todo mundo o que havia acontecido comigo.

Mas ao cruzar a porta de entrada meu sorriso se desfez.

— Finalmente! — Minha mãe veio até mim e me abraçou, como se fizesse dias que não via meu rosto. — Você está bem, filha? Cadê seu irmão?

— Estou bem, mas não sei onde está o Nate — respondi estranhando aquela reação. — Não estou entendendo nada.

— O Nathan saiu com o Joe para te procurar, ficamos muito preocupados com sua demora.

— Eu não vi o Nate, mãe — franzi a testa —, e só perdi a hora, não precisavam de tanto alvoroço.

— Alvoroço? Não faz idéia de como fiquei preocupada, você estava tão tristonha pela manhã, pensei que tivesse acontecido algo de ruim.

— As princesas já chegaram? — mudei de assunto.

— Sim, seu pai está fazendo sala para as duas.

— Será que é melhor irmos procurar meu irmão e Joe? — cogitei a possibilidade e resolvi espiar pela janela à procura de um sinal dos dois.

Foi impossível segurar o suspiro de alívio ao vê-los cruzando o portão de entrada, saí de casa imediatamente.

— Aí está ela! A princesa nos assustou. — Joe sorriu ao me ver sã e salva, mas Nate não parecia tão animado.

— Onde você estava? Te procuramos por todo lugar. — Seu olhar analisou meu rosto.

— Eu... — procurei uma escapatória que não fosse a mentira. — Eu estava no mesmo lugar de sempre, provavelmente nos desencontramos.

— É, no mesmo lugar de sempre. — Nathan forçou um sorriso, eu sabia que estava encrencada.

— Bom, o que importa é que estão todos bem! — minha mãe afirmou, alheia a nossa troca de olhares. — Joe, leve os cavalos para o estábulo, por favor.

— Sim, majestade — concordou tomando as rédeas do cavalo de Nathan e saindo de nossas vistas.

— E vocês dois, vão tomar um banho e se trocar, o jantar será daqui a pouco.

Obedecendo sua ordem, seguimos para dentro do castelo.

— Nate, eu... — tentei iniciar uma conversa, mas ele me interrompeu.

— Eleanor, onde você estava? — Seu rosto estava sério.

— Como assim? Eu já disse.

— Vai continuar mentindo? Achei que confiasse em mim. — Passou na minha frente quando chegamos ao topo da escada, me fazendo parar. — Eu te vi cruzando o rio, estava em Cristyn?

— Fale baixo! — sussurrei olhando ao redor, não havia escapatória, teria que lhe revelar tudo. — Certo, eu vou dizer a verdade, mas não agora.

— E quando será?

— Me encontre na biblioteca, quando todos estiverem dormindo. — Respirei fundo, se não conseguisse convencer meu irmão a manter segredo, estava em apuros.

Nathan concordou, meio relutante, mas concordou.

Assim seguimos para nossos quartos afim de nos preparamos para o jantar.

☆☆☆

— Ellen, você não sabe o quanto senti sua falta! — Liz se agarrou ao meu braço enquanto caminhávamos em direção aos quartos que abrigariam ela e sua irmã durante a estadia. — Que felicidade poder te ver.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora