16 - Pela primeira vez, viva

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Eu estava dando uma volta pelas barracas e observando as coisas ao meu redor quando senti alguém tocar meu ombro.

— Yuna? — Mariane pareceu surpresa em me ver.

— Ah, oi!

— Que alegria ver você aqui. — Ela se colocou atrás de uma barraca vazia e continuou falando enquanto tirava algumas coisas de debaixo do balcão. — É seu primeiro festival?

Concordei a observando distribuir alguns pratos e talheres sobre a superfície do balcão.

— Você mora longe daqui? — Fez uma péssima pergunta.

— Sim, bem longe — disse a verdade.

— E você tem algum parentesco com a Tulip?

— Não, somos apenas amigas — olhei em volta procurando um escape e meus olhos se encontraram com os de Samuel, não muito longe.

Me perguntei se ele entendeu meu pedido de socorro.

— Yuna! — Virei de novo ao ouvir meu nome ser chamado.

— Oi, meninas — Tentei parecer o mais tranquila possível ao ver Dayse e Alícia acompanhadas de alguns jovens.

Não que eu tivesse problema em conhecer mais pessoas, só tinha pavor das perguntas.

As meninas começaram a me apresentar ao grupo e obviamente eles quiseram saber mais sobre a novata.

— Tudo bem, pessoal? — A voz de Samuel soou perto de mim e eu quase o abracei de alívio — Vejo que conheceram a Yuna, mas vou ter que roubá-la um pouquinho, se importam?

Eles negaram e prometeram que continuaríamos a conversa mais tarde.

— Obrigada! — agradeci enquanto nos distanciávamos do grupo.

— Pelo quê? — Um sorriso surgiu no canto da sua boca. — Eu realmente precisava te chamar.

— É? Para quê? — Cruzei os braços.

— O culto já vai começar — respondeu fazendo meu coração acelerar um pouco.

— Meu primeiro culto! — pensei alto.

— Eu gosto da sua empolgação — confessou com simplicidade, me fazendo sorrir.

O segui até onde o restante da família nos esperava já acomodados em um dos bancos enfileirados no meio da praça.

Não demorou para um homem subir à um pequeno palco em nossa frente e dar início ao culto.

Eles oraram, cantaram belas músicas, que pareciam envolver o lugar em uma atmosfera única, e depois a parte da pregação teve início.

— Hoje eu quero refletir com vocês sobre a passagem de Efésios 2:1-10, que é riquíssima e nos mostra quem somos sem Cristo e a graça de Deus em entregar Seu Filho para dar vida a pecadores. — Ele fez uma pausa para que achássemos a passagem indicada.

Enquanto Tulip me ajudava a achar percebi que era uma que eu não havia lido ainda, o que só me deixou mais animada.

O pastor leu o trecho e depois voltou à sua reflexão.

— Antes de sermos encontrados por Deus éramos cadáveres andando por esse mundo, seguindo seu curso e fazendo as vontades da nossa carne pecaminosa, não havia vida em nós, éramos naturalmente filhos da ira, vivendo em oposição ao nosso Criador. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, olhou para nós quando ainda estávamos mortos e por amor nos deu vida! Ele é o único que pode livrar do estado de morte e depravação de quem anda longe dos Seus caminhos. A salvação que nos foi dada não veio porque fizemos boas ações, nenhuma delas vale de nada quando não fazemos para glorificar a Deus.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora