24- Colocando os pingos nos is

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Depois de falar com Deus e me sentir mais leve, Tricia e eu fomos até nosso destino.

Todas as mulheres estavam reunidas em um grande quarto que foi organizado especialmente para nosso embelezamento. Minha avó havia contado que queria um momento especial com as mulheres da família então resolveu juntar todas.

— A margarida apareceu! — Julia me abordou no corredor. — Onde você estava? Já estava indo te procurar. Está muitíssimo atrasada!

— Precisei resolver uns assuntos, mas aqui estou eu. — Sorri enquanto ela me puxava para dentro do cômodo.

Pelo visto eu realmente estava bastante atradasa pois todas já pareciam bem adiantadas no processo.

Me sentei em uma cadeira e deixei que Tricia arrumasse meu cabelo enquanto Julia tagatelava ao meu lado. O quarto estava bastante barulhento, não podíamos esperar outras coisa de um monte de mulheres juntas, porém era uma atmosfera agradável, todas pareciam animadas.

Corri os olhos pelo espaço e vi minha mãe, ela parecia concentrada na conversa com minha avó e sentir um aperto no coração, tinha medo de nunca voltar a ter nossa amizade de volta.

Me assustei quando seus olhos se encontraram com os meus e tratei de desviá-los o mais rápido possível. Passei o resto do tempo prestando atenção ao que minha prima dizia.

Depois de arrumar meu cabelo, um penteado meio preso com um leve topete na frente, Tricia me ajudou a colocar o vestido. Era uma peça linda, o tecido dourado continha vários bordados da mesma cor e algumas pedras no busto.

— Que espetáculo, prima! — Elise comentou levando a mão à boca.

As mulheres se voltaram para mim e distribuíram elogios, o que me deixou levemente sem jeito.

— Lindo, mas bem pesado. — Dei risada olhando meu reflexo no espelho. — Nunca me acostumo com isso.

— Falta mais uma coisa. — Tricia caminhou até uma gaveta e tirou uma caixa de lá. A moça a abriu e revelou uma tiara de ouro e diamantes ainda mais bonita que o vestido.

— É mais linda do que me lembrava. — Peguei o acessório em mãos.

Havia sido um presente da minha mãe, era uma das peças favoritas da sua coleção. Foi impossível não olhar para ela e sorri sem me importar com nossa atual situação, ela retribuiu de forma forçada, o que me deixou novamente no mesmo estado desconfortável.

— Acho que é a coisa mais linda que já vi na vida! — Tricia sorriu admirada.

— Acho que até um talher deixa essa moça admirada — tia Isabel desdenhou em tom baixo, mas foi ouvida claramente.

Felizmente não dávamos mais atenção à sua arrogância e apenas continuamos nossos afazeres, a ignorando.

Alguns minutos depois e todas nós ficamos prontas, estava seguindo as outras para fora do quarto quando minha mãe me pediu para esperar.

— Você está linda — elogiou me pegando de surpresa.

— Obrigada.

— Sei que não nos falamos muito nos últimos dias.

— Não mesmo — concordei séria.

— Bem, a culpa não foi minha.

— E foi minha? A senhora me ignorou como se eu fosse uma estranha, ficou do lado do papai quando ele me humilhou, quer mesmo sugerir que a culpa do nosso distanciamento é meu? — As palavras saíram amargas e só senti o peso delas quando era tarde demais. — Me desculpa, não devia ter dito isso.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora