28- Convite

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— Eu tenho uma coisa para você. — Tulip parou no meio do quarto com as mãos atrás das costas.

Tínhamos acabado de guardar seus pertences e eu estava sentada com Johanna na cama, olhando atentamente para a moça.

— Eu pensei que não poderia te entregar, mas Deus me mostrou que os planos dEle são bem maiores que os meus. — Ela sorriu estendendo um envelope. Abri e vi que era o convite para o seu casamento, aconteceria dali a poucas semanas.

— Tulip, isso é maravilhoso! — A abracei apertado. — Eu prometo me esforçar para ir, se Deus trouxe vocês até mim de forma tão inesperada, posso pedir para retribuir a visita, certo?

— Tenho fé que sim.

— Agora me contem os detalhes, estou completamente por fora do assunto. — Intercalei o olhar entre as duas mulheres.

Mãe e filha começaram a revelar as etapas do planejamento, que pelo visto já estava bem adiantado.

— Yuna, você nem imagina o sufoco até a gente conseguir marcar a data — Tulip disse cruzando as pernas sobre a cama. — Primeiro o Miguel me enrolou um tempinho...

— Não seja tão severa, Tuly, ele teve seus problemas — dona Johanna a repreendeu.

— Tem razão, então corrigindo, ele demorou um pouquinho a mais do que deveria para arranjar tempo para isso.

— Seu irmão me contou a história, não se preocupe com isso — revelei.

— Depois dizem que sou eu quem falo demais. — Revirou os olhos.

— Bom, não foi o Sam que contou para o Augusto e o Miguel sobre mim. — Arqueei uma sobrancelha.

— Eu não deveria ter dito isso? — Arregalou os olhos assustada. — Vamos lá, que problema tem? Eles são de confiança.

— Talvez você devesse ter pedido a autorização da Yuna primeiro, filha.

— Seria uma boa idéia — concordei com a mãe dela.

— Me desculpa, às vezes eu sou muito impulsiva. — Suspirou abaixando os olhos.

— Ei, não fica assim — segurei sua mão —, é só uma exortação para o futuro, nada de ruim aconteceu por causa disso, mas é bom pensar melhor nas próximas vezes.

— Tudo bem, vou fazer isso. — Sorriu recobrando o ânimo.

— O que você estava falando mesmo? Ah! Imprevistos para marcar a data do casamento — relembrei o antigo assunto.

— Sim! Então, quando finalmente iríamos marcar a data, o nosso pastor ficou doente e só no mês passado ele se recuperou completamente, mas havia outro empecilho, os outros casais que estavam esperando antes de nós por uma data.

— Quanto problema! — Balancei a cabeça espantada. — E o desfecho?

— O desfecho é esse papel na sua mão. — Deu uma risada de alívio. — No fim conseguimos uma data depois de tanta espera, e não vemos a hora de estarmos casados.

— Amo histórias de amor da vida real. — Admirei os detalhes do convite em minhas mãos.

— E quando será que você vai viver a sua, já quero o meu convite também. — Sorriu sugestiva.

— Só Deus sabe, porém não tenho pressa, mesmo que anseie por isso. — Dei de ombros. — Tenho aprendido que quando Deus é suficiente as outras bênçãos são só adições numa felicidade que já é plena.

— Nossa, isso foi muito bom. — Tulip me olhou com admiração.

— Você amadureceu bastante, é lindo ver o que Deus vem fazendo na sua vida, querida. — A mais velha abriu um largo sorriso.

Graça, margaridas e cháOnde histórias criam vida. Descubra agora