— Eu tenho uma coisa para você. — Tulip parou no meio do quarto com as mãos atrás das costas.
Tínhamos acabado de guardar seus pertences e eu estava sentada com Johanna na cama, olhando atentamente para a moça.
— Eu pensei que não poderia te entregar, mas Deus me mostrou que os planos dEle são bem maiores que os meus. — Ela sorriu estendendo um envelope. Abri e vi que era o convite para o seu casamento, aconteceria dali a poucas semanas.
— Tulip, isso é maravilhoso! — A abracei apertado. — Eu prometo me esforçar para ir, se Deus trouxe vocês até mim de forma tão inesperada, posso pedir para retribuir a visita, certo?
— Tenho fé que sim.
— Agora me contem os detalhes, estou completamente por fora do assunto. — Intercalei o olhar entre as duas mulheres.
Mãe e filha começaram a revelar as etapas do planejamento, que pelo visto já estava bem adiantado.
— Yuna, você nem imagina o sufoco até a gente conseguir marcar a data — Tulip disse cruzando as pernas sobre a cama. — Primeiro o Miguel me enrolou um tempinho...
— Não seja tão severa, Tuly, ele teve seus problemas — dona Johanna a repreendeu.
— Tem razão, então corrigindo, ele demorou um pouquinho a mais do que deveria para arranjar tempo para isso.
— Seu irmão me contou a história, não se preocupe com isso — revelei.
— Depois dizem que sou eu quem falo demais. — Revirou os olhos.
— Bom, não foi o Sam que contou para o Augusto e o Miguel sobre mim. — Arqueei uma sobrancelha.
— Eu não deveria ter dito isso? — Arregalou os olhos assustada. — Vamos lá, que problema tem? Eles são de confiança.
— Talvez você devesse ter pedido a autorização da Yuna primeiro, filha.
— Seria uma boa idéia — concordei com a mãe dela.
— Me desculpa, às vezes eu sou muito impulsiva. — Suspirou abaixando os olhos.
— Ei, não fica assim — segurei sua mão —, é só uma exortação para o futuro, nada de ruim aconteceu por causa disso, mas é bom pensar melhor nas próximas vezes.
— Tudo bem, vou fazer isso. — Sorriu recobrando o ânimo.
— O que você estava falando mesmo? Ah! Imprevistos para marcar a data do casamento — relembrei o antigo assunto.
— Sim! Então, quando finalmente iríamos marcar a data, o nosso pastor ficou doente e só no mês passado ele se recuperou completamente, mas havia outro empecilho, os outros casais que estavam esperando antes de nós por uma data.
— Quanto problema! — Balancei a cabeça espantada. — E o desfecho?
— O desfecho é esse papel na sua mão. — Deu uma risada de alívio. — No fim conseguimos uma data depois de tanta espera, e não vemos a hora de estarmos casados.
— Amo histórias de amor da vida real. — Admirei os detalhes do convite em minhas mãos.
— E quando será que você vai viver a sua, já quero o meu convite também. — Sorriu sugestiva.
— Só Deus sabe, porém não tenho pressa, mesmo que anseie por isso. — Dei de ombros. — Tenho aprendido que quando Deus é suficiente as outras bênçãos são só adições numa felicidade que já é plena.
— Nossa, isso foi muito bom. — Tulip me olhou com admiração.
— Você amadureceu bastante, é lindo ver o que Deus vem fazendo na sua vida, querida. — A mais velha abriu um largo sorriso.
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Graça, margaridas e chá
SpiritualSérie Redenção: Livro 1 Eleanor Yuna nunca imaginou que atravessar um rio pudesse mudar o rumo de sua vida. A princesa não almejava de jeito algum ser o centro das atenções ou ter que tomar decisões importantes. Estar nas sombras era bem mais confo...