Capítulo 71

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Sophia: Mia, eles tão brigando? – Pergunta, com semblante triste.

Comprimo os lábios sem saber o que responder. Mas pego o ursinho indicado na prateleira por ela e a entrego.

Eu: Não. Estão só conversando. – Me aproximo da sua cama e a cubro. – Vai ficar tudo bem ok? – assente, um pouco desconfiada.

Fico com ela até que durma, cantarolando alguma música qualquer. Ainda é muito cedo, não deve ser nem 19 horas, mas é melhor isso do que ouvir a discussão lá em baixo.

Depois que chegamos aqui, o Miguel ainda estava queimando em fúria, e eu achei melhor acompanhá-los até dentro de casa.

Mas ai ele começou a discutir com a mãe, e Melissa me lançou um olhar suplicante para que eu cuidasse da Sophia. Até pensei em não ajudar, mas se tratando de uma situação delicada como essa, o orgulho não deve existir.

Apago o abajur e fecho a porta com cuidado, me certificando que ela ainda dorme enquanto saio. Passo pelo corredor e vou até as escadas, e mesmo daqui já é possível ouvir a briga.

Miguel: Que merda você tem na cabeça Mãe?! Como convidou aquele desgraçado pra vir aqui de novo! – Exclama, visivelmente alterado.

Diminuo meu passo e fico um pouco na escada.

Melissa: Olha como você fala comigo garoto! Se falar assim de novo eu quebro seus dentes! – Ouço-a respirar fundo, tentando se acalmar. – E pelo que eu me lembre aquele desgraçado ainda é seu pai.

Miguel: QUE SE FODA! Isso não apaga o que ele fez! – Estremeço com isso, e sem querer dou um passo em falso na escada, fazendo barulho, e chamando atenção pra mim.

Merda!

Eles me olham, e nem o escuro continua como meu disfarce. Saio do canto e termino de descer as escadas, sob o olhar deles.

Eu: Desculpem. – Me aproximo, um pouco constrangida por ter sido pega. – Eu deixei a Sophia dormindo, ela tava muito abatida.

A mulher loira assente visivelmente grata.

Melissa: Obrigada. – Lhe lanço um olhar um pouco reconfortante. – Você é bem-vinda no jantar amanhã.

Eu ia responder que sim, embora não tenha a mínima vontade de presenciar isso. Mas ofereceria meu apoio ao Miguel, que está muito transtornado e até mesmo a ela. Sem contar a Sophia.

Mas me interrompem.

Miguel: Não vai ter porra de jantar nenhum. Enquanto eu estiver aqui, aquele homem não entra nessa casa. Não depois do que ele fez. – Rosna, um pouco mais contido.

Ele parece lembrar de manter a calma graças a criança no andar de cima, e até a mim.

A mulher põe a mão na cabeça.

Melissa: Filho por favor. Vamos tentar resolver isso, ele quer saber mais de você, de vocês. Ele vai apresentar a noiva e.... – Uma risada sarcástica preenche o ambiente.

Meu Deus. O que tá acontecendo aqui?!

Miguel: NOIVA? Puta merda mãe! Como você é burra. Ele vai trazer qualquer uma lá e você vai ficar aí com cara de tacho enquanto ele esfrega na sua cara tudo que ele fez e AINDA faz com contigo? – ele ri novamente, sem humor. – Caralho! Não deve nem ter nem a porra de três meses que ele saiu daqui!

Decido intervir.

Eu: Miguel! – o olho pouco perplexo pelo modo como fala.

A mulher ri, assim como ele, sem humor.

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora