Capítulo 75

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Ando apressada com o Bruno e a Luísa em meu enlaço. Pra que eu deixei pra última hora? Sempre faço isso.

Bruno: Oh filha, calma aí. Eu hein, pra que a pressa? – Pergunta e cruza os braços.

Eu: Meu aniversário é amanhã, e logo depois tem meu aniversário de namoro. Eu não comprei absolutamente nada pro Miguel! – choramingo.

Eu sou uma burra, eu tive tempo de sobra pra procurar alguma coisa, mas eu esqueci e agora aqui correndo contra o tempo. São 18:00 da noite, estamos rodando o shopping desde as 16:30 e até agora eu não achei nada.

Eu sou uma péssima namorada. Ele já vai me dar dois presentes – que por sinal, eu não faço a mínima ideia do que sejam – e eu não consigo achar nenhum.

As datas são muito próximas. Amanhã, dia 14 de abril, é meu aniversário. E dia 16 completamos três meses de namoro.

E ele, teimoso do jeito que é, insistiu em me dar dois presentes. Eu fui contra, é claro, até porque seria muito injusto ele receber apenas um. Mas ele alegou que a coincidência com os dias era muita, então não podia ser desperdiçada. E disse também que se eu chegasse com dois presentes, ele ia me fazer engolir. Eu disse o mesmo, pro caso dele comprar algo muito caro.

Mas ele me deu a dica que não iria gastar quase nada. Enquanto isso, eu estou aqui revirando as lojas.

Ok, é um pouco brega essa questão de trocar presentes e tal, fazer mensário de namoro e coisas assim. Mas como ele disse, a dificuldade pra isso virar um namoro foi tanta, que merecemos passar por todo esse clichê e "breguice". Apesar de concordar, achei um pouco desnecessário. Mas tudo bem.

Luísa: O que tu tens em mente? – pergunta, e eu suspiro.

Absolutamente nada.

Eu: Não sei, eu começando a me desesperar. – Viro pro Bruno. – Do que ele gosta?

Ele me olha irônico.

Bruno: Por acaso eu sou a namorada dele? Quem ter que saber é tu, filhona. – Semicerro os olhos. Grosso. – Vocês vivem grudados, ele não mencionou nada que queira?

Penso um pouco, mas nada me vem a cabeça. Ele não deixou passar nada. E deve ter percebido que nos últimos dias eu tenho feito algumas observações acerca dos seus gostos em geral. Mas o filho da mãe é esperto, e se fechou como um túmulo.

Luísa: Que tal roupas? – nego com a cabeça. – Jogos? Ele tem interesse em algum? – penso, e nego com a cabeça. – Joias? Um anel? Relógio talvez?

Eu já vi ele usando relógios, mas não parece ser algo que ele aprecie muito. Pelo menos eu não notei, mas eu sou lerda, então....

Bruno: Ah ele gosta sim, ele já me disse que o avô deu alguns pra ele começar uma coleção quando era mais novo. Eu lembro de ter feito uma piada sobre como isso é coisa de boiola. – Ri, e eu o encaro.

É tão estranho os laços afetivos entre eles.

Suspiro.

Eu: Bom, vai ter que ser isso mesmo. Não consigo pensar em mais nada. – Eles concordam, e começamos a andar.

Luísa: Tem uma joalheria perto da loja que fomos naquele dia escolher os vestidos de damas com a Jessy. – Sugere, e eu assinto. – Ouvi dizer que é ótima!

O Bruno concorda.

Bruno: E é, já fui lá uma vez comprar um presente pra Sam, aproveitei e comprei algo pra mim também. – Fala.

E isso me tranquiliza um pouco.

Andamos um pouco, e rapidamente chegamos a tal joalheria. Era bem elegante e sofisticada. Logo uma moça vem nos atender e nos leva até o balcão de vidro com vários exemplares.

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora