Capítulo 36

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Assim que abro a porta vejo 4 grandes malas vermelhas no meio da sala, e a primeira coisa que me vem à cabeça é que a Samantha veio morar aqui de vez, ela já vive maior parte do tempo aqui mesmo, não me surpreendo com a quantidade de coisas dela no quarto do Bruno. Por sorte o nosso banheiro não é compartilhado, se não a bagunça seria pior do que com a Luísa.

Fecho a porta atrás de mim e vou até a cozinha, até que vejo uma garota estranha de costas pra mim, sentada na ilha da cozinha conversando com minha mãe que está de frente pra mim. Lívia acena pra mim ao mesmo tempo que eu chego mais perto pra reconhecer a tal garota, e ao mesmo tempo que ela se vira pra mim e tenho um baita choque.

Eu: Jessy! - Exclamo e vou correndo abraça-la, ela corresponde ao meu abraço me apertando com força.

Jéssica, ou simplesmente Jess como ela prefere graças a sua aversão ao nome inteiro por ser muito comum e não combinar com ela, é minha prima por parte de mãe. É filha de uma das irmãs de minha mãe (são várias mulheres na minha família materna, não tenho nenhum tio por parte de mãe), umas das minhas poucas tias que não é insuportável.

Jessy: Meu Deus, quanto tempo que eu não te vi! - Ela se afasta do abraço e me olha melhor – Em compensação não cresceu muito desde a última vez priminha – Ela pisca em divertimento.

Reviro os olhos, mas sem deixar de sorrir. Ela é a minha prima favorita; quando ela morava por aqui vivíamos grudadas, nós três! A Luísa também fazia parte do bonde, sendo também nossa prima, até por sua mãe ser nossa tia mais próxima, em sequência vem a mãe da Jéssica, e de resto são as outras nojentas que não suporto nem chegar perto!

A família dela, assim como a família da Lu, foram morar mais próximo da nossa avó, Abby, já que achavam ela muito sozinha depois da morte do nosso avô Joseph, já que as mães delas eram muito apegadas aos pais, minha mãe até pensou em fazer isso na época, mas ela era a mais independente e não achou necessário já que tinham várias de suas irmãs dando atenção à Abby. Isso até a velha decidir sair rodando o mundo (como fazia com o marido) e deixar as filhas na lanterninha. Então parte da família voltou pra cá (a parte da Lu) e o resto ficou lá (parte da Jessy). Espero que elas venham ficar aqui de vez, gosto muito da companhia da minha prima recém chegada, apesar dela ser alguns anos mais velha que a gente, nossas personalidades são muito parecidas, é o gene da família!

Eu: Eai, veio pra ficar? - Aponto pra enorme quantidade de malas espalhadas na sala.

Jessy: Infelizmente não, mas nem vem. Nem é tão longe onde eu moro, só uma hora daqui. A senhorita deveria ter ido me visitar, você e aquela nojenta que eu estou achando um milagre ela não estar aqui! - Fala me dando um beliscão.

Eu: SÓ 1 HORA? SÓ? Tem certeza? - Digo sarcasticamente e ela revira os olhos – Veio de visita então? - Questiono.

Jessy: Quase isso... - Responde fazendo um suspense clássico da família Clark – Vim pra me CASAR! - Fala empolgada.

Eu arregalo os olhos.

Eu: Cê ta me zoando né? - Ela nega. Nesse momento minha mãe chega.

Mesmo que nem tenha percebido que ela tinha saído, ela está com suas luvas de jardinagem e a tesoura em mãos.

Lívia: Eu também fiquei descrente com que essa louca quer fazer. Obviamente que puxou a Lúcia, não tem o menor juízo! - Fala frisando sua irmã mais velha.

Minha prima revira os olhos ao escutar falar de sua mãe.

Jessy: Mas gente! Não tem nada de mal nisso! - Insiste

Eu: Que nada! Você morar em uma cidade e querer se casar em outra é completamente normal, vejo isso todo dia! - Debocho

Jessy: Ah, faça-me o favor! Nem pode ser considerado outra cidade o fim de mundo que eu moro. O Michael concordou também. Maior parte dos nossos amigos estão aqui, aqui tem mais variedade de coisas. - Explica – E eu não vou fazer minha festa de casamento em uma garagem, por que se for procurar salão de festas onde eu moro e se procurar garagem é a mesma coisa! Um cubículo! - Completa.

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora