Passo a mão pela testa sentindo o suor escorrer sem parar. Vou derreter aqui.
Edu: Caralho! Abriram os portões do inferno, só pode. - Reclama. - Tá mais quente que o normal.
A gente tá do lado de fora da casa, pra ver se o vento ajuda a superar o calor eminente. Hoje é dia 10 de dezembro, e aparentemente nosso natal será na beira da piscina, não tem condições de ficar dentro de casa nesse estado.
Júlia: E o pior é que nem dá pra ir pra piscina – resmunga.
A piscina está seca, já que os caseiros (pais do Marco) decidiram limpá-la antes do Natal, para que possamos aproveitar os feriados de fim de ano sem restrições. E no momento sofremos por agora.
Eu: Me dá uma dessas ai – Peço, estendendo a mão para o Vitor.
Ele me entrega uma Skol Beats azul.
Cruzo as pernas no banco da varanda, e nisso percebo o ferimento da mordida quase sumindo. Os pontos do meu pé já saíram também, e graças a preocupação excessiva dos meus queridos amigos, o doutor veio aqui só por garantia, pra saber se não tinha nenhuma sequela.
Saio do banco e deito no chão, em seguida pego meu celular. Disco o número da minha mãe.
Lívia: Lembrou que tem mãe é?
Reviro os olhos.
Por quê?
Eu: Oi mãe! – Resmungo.
Lívia: Oi mãe nada! Já fazem dias que você não tem a mínima consideração de ligar pra casa! Da próxima vez penso melhor sobre essas suas viagens aleatórias.
Claro que ela tem que fazer um "draminha" básico. Essa é minha mãe.
Eu: Só faz uma semana desde a última vez que eu falei contigo, e nem começa, porque essa viagem tava planejada desde o meio do ano. E eu já tenho quase 18 anos, não sou uma irresponsável.
Lívia: Sei....
Ela faz aquela voz duvidosa que só ela sabe. Reviro os olhos.
Eu: E meu pai? E o perdido do Bruno?
Ouço-a suspirar ao telefone.
Lívia: Seu pai tá vagabundando na Netflix como sempre, pegou férias adiantadas até janeiro. E o Bruno se mandou, outro que esquece da família e vai passar o natal com a namorada.
Bufo.
Eu: Por favor né! Eu nem sabia que vocês iam passar os feriados em casa, achava que também iam viajar – Argumento.
Ela solta uma risada carregada de ironia.
Lívia: Claro. Perguntar nunca né!
Reviro os olhos novamente, e decido encerrar o assunto.
Eu: Pra onde vocês vão?
Lívia: Pra casa da sua avó. E depois ver a virada de ano em Copacabana.
Rio.
Eu: Boa sorte! A gente tentou ir ano passado lembra? O pai passou mal.
Lívia: Porque é fresco!
Solto outra risada e me lembro do ocorrido. A gente tinha ido em Copacabana lá pelas 10 da noite, e meu pai passou mal porque não consegue ficar em um lugar muito cheio por muito tempo. O máximo que ficamos lá foi 20 minutos. E a maior ironia é que ele é médico, então teoricamente devia ser acostumado a lidar com isso.
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O Garoto do Café
Novela JuvenilDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...