Capítulo 76

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Recebo uma mensagem no celular, são as meninas no nosso grupo. Elas estão perguntando como foi o dia. Respondo em seguida que ele está apenas começando.

Olho pro lado e vejo o Miguel dormindo serenamente. A dois dias atrás foi o meu aniversário. E o dia começou muito especial graças a ele. Hoje é dia 16, e completamos oficialmente três meses de namoro. Sorrio, passou tão rápido. Apesar dos desentendimentos que tivemos até chegar onde estamos, eu não mudaria nada em nossa jornada. Tudo o que aconteceu tornou mais especial.

Pensando bem, eu mudaria uma coisa. Eu teria pensado melhor sobre minhas ações, e acho que ele também. Magoamos muito um ao outro, mas isso só serviu pra que pra que, hoje, nos aproximemos ainda mais. Não tem como voltar atrás no que fizemos, o que podemos fazer é olhar pra frente. Pro futuro. E eu quero muito que esses meses sejam pouco comparados ao que vamos viver.

Ontem eu vim pra cá, passamos a noite juntos e decidi dormir aqui. Trouxe minhas coisas, inclusive meu presente, com muito cuidado pra que ele sequer desconfiasse de nada.

Não planejei nada romântico nem nada do tipo, não tenho a criatividade dele. Sorrio, e penso nas vezes em que resolvemos tirar a prova sobre quem dos dois é mais romântico. Ele nega até a morte, mas não existe dúvidas do que é ele.

Vou apenas entregar o presente junto com um café da manhã que eu mesma fiz, com ajuda da Melissa – surpreendente, sim ou claro? – e tem todas as coisas preferidas dele. Se ele reparou até no chocolate que eu mais gosto, eu também notei umas coisinhas.

Talvez no aniversário dele eu planeje algo melhor. Mas até lá....

Percebo que ele está se mexendo demais, e logo vai acordar. Pra minha sorte ele tem o sono pesado até demais. Ligo o som portátil que eu trouxe e seleciono uma música que escolhi. Sou tão sem criatividade que roubei a ideia dele. Rio em pensamento. A música é também um solo de violão, e é do mesmo cantor que a música que ele botou quando me pediu em namoro (multimídia). Sorrio, pego a bandeja com a comida e me fico atrás da porta.

Poucos segundos depois ouço um leve bocejar. Depois meu nome sendo chamado. Respiro fundo e empurro a porta com as costas.

Ele, que estava olhando ao redor tentando descobrir o porquê da música, logo sorri quando me vê e percebe o que está acontecendo.

Eu: Bom dia raio de sol! – cantarolo. E me aproximo da cama.

Ele olha pra bandeja em minhas mãos e seus olhos piscam ligeiramente, mas não é pela comida. E sim pela caixinha de veludo vinho que contém o seu presente.

Miguel: Não acredito nisso! – comenta sorrindo. Rio por sua expressão. – Sua invejosa!

Sobro um beijo no ar e armo os "pés" da bandeja enquanto ele se ajeita na cama pra não derrubar.

Obviamente ele foi logo reparando em seu presente, que por sinal também tem um cartãozinho com o M. Ele tenta pegar a caixinha, mas eu bato em sua mão.

Eu: A comida primeiro – ele resmunga – como assim você prefere deixar a comida de lado pra olhar isso?

Miguel: Eu tô muito curioso pra saber o que você comprou, vou ficar ainda mais quando souber o preço. – Diz, e eu reviro os olhos.

Eu: Só no seu sonho que eu vou dizer, só cala a boca e come. – Ordeno, ele arqueia uma sobrancelha e eu faço o mesmo, em desafio.

Ele ergue as mãos em sinal de rendição.

Miguel: Você vai me ajudar viu moça, tem coisa demais aqui. – Assinto, claro que eu vou. Nunca que eu recusaria uma coisa tão bela como essa bandeja, modéstia parte. – Por falar nisso, amei a música. Foi uma das primeiras que eu aprendi a tocar no violão sabia?

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora