4 dias após estarmos oficialmente em casa, eu ainda estranho o fato de não ter que dormir quase pelada por causa do calor infernal, ou as vezes que chovia repentinamente mudando completamente o clima.
Aqui estamos, no café da manhã de um sábado super tranquilo. Minha preguiça foi tanta nesses últimos dias, que ainda nem tive coragem de desfazer a mala e arrumar tudo no closet.
Eu: Tu foi com eles pra Copacabana, Bruno? – pergunto, levando uma xícara de café aos lábios.
Ele me olha entediado.
Bruno: Não, fiquei com a Sam e família dela na casa de praia deles. – Responde.
Minha mãe resolve opinar.
Lívia: Claro né? Pra que passar o ano novo com a família. – Comenta, com ironia.
Lá vem.
Bruno: Mãe, nem começa. Já foi. Vocês me veem todo dia. Me poupe. – Ela joga uma colher nele. – Ei!
Ela permanece em silêncio, ignorando a reclamação.
Eu: Tchau pra vocês viu! – me levanto da cadeira e subo as escadas.
Mas antes de chegar ao final, meu pai me chama.
Ricardo: Tá esquecendo de nada não moça? – Forço a memória, mas nada vem. – Volte aqui.
Bufo. E vou em direção a mesa novamente.
Lívia: Nós deixamos você fazer a viagem, mas lembre-se que seu castigo ainda não acabou. – Arregalo os olhos.
Eu jurava que eles tinham esquecido, eu mesma esqueci.
Eu: Ah não! Eu já fiz serviço comunitário na escola e ajudei você no consultório pai. O que mais querem que eu faça? A culpa não foi minha! – reclamo.
Meu pai tira os olhos do jornal.
Ricardo: Sério? Então a menina foi parar no hospital por livre e espontânea vontade? – reviro os olhos.
Nem foi isso tudo.
Eu: Tá bom! O que eu tenho que fazer então?
Lívia: Já que a assistente do seu pai está de licença, você vai continuar ajudando-o nos fins de semana. – Bufo.
Odeio cheiro de hospital.
Ricardo: Você deu sorte que estávamos com pena de colocar coisa pior. Pegamos bem leve contigo. – Ele volta a bebericar seu café – Ah, e a Ana só volta no começo de fevereiro tá?
Arregalo os olhos.
Que merda.
Meu irmão ri do outro lado da mesa.
Eu: Vá à merda! – xingo, e me levanto da mesa de novo.
Lívia: Você começa semana que vem, pode dar adeus aos seus finais de semana atoas. – ri com escárnio.
Subo as escadas rapidamente, com raiva. Tudo culpa daquela vadia! Tudo bem que em parte eu tive culpa também. Mas eu só me defendi. Não tenho culpa se ela é uma molenga.
Decido arrumar logo as roupas e me livrar disso.
Abro as malas e jogo as roupas em cima da cama, só pra depois ir arrumando uma por uma no closet.
Começo a me abanar freneticamente por causa do calor, vou derreter aqui. Abro a sacada do quarto e me tranquilizo quando uma brisa passa por mim, dando algum alívio.
Ao olhar pra baixo vejo um carro na casa à frente. É do pai do Miguel, acho eu. Por falar nele, o mesmo sai do veículo e bate na porta de sua antiga casa. Quem abre é a Sophia, que logo pula em um abraço de urso com o pai.
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O Garoto do Café
Genç KurguDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...