Capítulo 55

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2 dias. Esse foi o tempo que passou desde que tudo aconteceu, faltam apenas 6 dias para a tão esperada festa. A preparação está a todo vapor, assim como nossa animação. Segundo a o Marco, o evento geralmente está mais para feira do que para festa. Afinal as atrações se resumem a jogos, música, dança e no fim da noite os fogos, comemorando mais um ano próspero na "cidade". Basicamente seria uma pré-festa para as do fim de ano, já que as atrações são muito parecidas.

Todo dia vamos à cidade, preparamos algumas coisas, voltamos pra casa e geralmente ficamos na piscina ou vemos algum filme de noite. Apesar de estar sendo bom passar as férias com meus amigos, devo admitir que esses dias de "curtição" tem se tornado entediante.

Apesar disso, o clima na casa varia de discussões a jogos e palhaçadas graças ao ótimo senso de humor dos meninos.

Hoje é sábado, então não vamos a cidade. Então nosso cronograma se resume a ficar na casa mesmo.

Sinto um cheiro bom da cozinha e decido sair da toca e comer alguma coisa. são quase 10 da manhã e eu mal dormi. Fiquei até quase 4 assistindo série e se tive 5 horas de sono foi muito.

No caminho paro pra bocejar e tenho a agradável visão da Júlia e do Vitor se pegando no sofá. Reviro os olhos, mal são 10 da manhã.

Eu: Vocês não têm quarto não??? - paro na soleira da porta pra questioná-los.

Eles param de se beijar e olham pra mim. Vergonha na cara é algo que falta pra esse povo.

Vitor: Não! - Retruca, e eu mostro meu dedo do meio ao sair dali.

Já vi demais.

Chego na cozinha e vejo alguém de costas pra mim grudado no fogão.

Nem preciso chegar perto pra saber quem é.

Desde o beijo, nossa relação não retrocedeu por incrível que pareça. Eu diria que estamos "estáveis", não estamos nos estranhando como antes, mas agora as implicâncias são apenas implicâncisa mesmo. Sem outros objetivos além da nossa discordância costumeira. Mas dessa vez eu até ganho alguns sorrisos singelos, sem ironia ou deboche. Claro que esses dois últimos ainda são presentes, afinal esse é o Miguel. Mas eu não acho tão ruim como antes, pois eu sei que existe algo além disso.

Me sento no balcão a sua esquerda e observo ele cozinhando, parece concentrado. E ele ainda não notou minha presença.

Então ele se vira pra mim e arregala a os olhos ao me ver ali. Mas não toma um susto como os que eu tomo, foi muito mais contido.

Nunca vou conseguir desestabilizar ele como faz comigo.

Miguel: Você é ninja ou o que?? Nem te vi chegando Mia. - Diz ao olhar pra mim.

Ele está com alguns condimentos na mão e uma colher. Não sei porque, mas adoro vê-lo cozinhando. Acho que fora o meu pai, ele é o único cara que eu conheço que sabe cozinhar.

Eu: Você estava muito concentrado. – Justifico, e ele me olha com uma falsa desconfiança. – O que temos pra hoje?

Ele olha para as coisas em sua mão e volta a me olhar;

Miguel: Risotto – Fala, me fazendo ficar surpresa.

Eu: Uau! Não sabia que suas habilidades como chef chegavam nesse nível. – Falo, e cruzo os braços.

Ele se vira e coloca alguns temperos em uma panela. Depois se vira pra mim e estende a mão indicando um potinho com sal. Dou pra ele.

Miguel: Você não sabe muitas coisas sobre mim baby – Joga um pouco do tempero em um recipiente.

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora