Ferrou!
Sua raiva emana através da sua expressão é linguagem corporal. É quase impossível não notar.
Miguel: Você fez o que Mia?! – pergunta incrédulo. Suas mãos se dirigem ao seu cabelo, onde ele puxa com força. – Meu Deus. Me diz que eu ouvi errado!
Respiro fundo.
Eu sabia que seria assim, já esperava por isso. Mas prefiro que ele saiba por mim, e mentir estava fora de cogitação;
Eu: Olha só, ele insistiu muito pra isso. E eu só fui conversar e... – me interrompe.
Miguel: Mia, por que diabos você acha que eu bati nele?! – fico em silêncio. – Acha que gosto de bater nas pessoas atoa?! Eu fiz isso pra ele te deixar em paz! E você jogou tudo isso no lixo ao ir lá falar com ele. Porra! – xinga, e soca a parede.
Dou um pulo sem querer pelo susto.
Eu: Eu só fui CONVERSAR. – Friso a última palavra. – Não aconteceu mais nada entre a gente! Eu nunca permitiria!
Miguel: Eu sei disso. Eu acredito que você não faria algo assim. Eu tenho confiança em você. – Suspira. – Mas e ele Mia? Você duvida que ele tentaria alguma coisa? Depois de tudo que ele fez?
Eu: NÃO ACONTECEU NADA MIGUEL! – respiro fundo. – Olha só, eu só fui porque ele me procurou a semana toda, e eu imaginei que se ele estava insistindo tanto dev..... – me interrompe.
Dessa vez, sua boca se abre em um O perfeito antes que me interromper.
Miguel: A semana toda? A PORRA DA SEMANA TODA? – Grita. E ri, de um modo completamente sarcástico. Tá me assustando já. – E não passou pela sua cabeça me contar?
Ele anda de um lado pro outro, um gesto que sempre faz quando está com raiva e nervoso.
Eu: Eu tô te contando agora, e olha só pra você. – Aponto pra ele levemente com a cabeça. – É capaz de você ter matado ele se soubesse disso, viu a surra que ele levou? Você tava completamente fora de controle Miguel, eu não queria que isso acontecesse de novo!
Ele para e coloca as mãos na parede tentando se acalmar.
Miguel: Não. A resposta pra isso é outra. – Ele me encara, e a raiva ainda faz presença; - Você não confia em mim.
Arregalo os olhos.
Não tô gostando do rumo que isso tá tomando.
Eu: Para com isso Miguel. Eu confio sim, e você sabe disso! – Tento me aproximar, mas ele se afasta novamente.
Como se ficar perto de mim fosse uma tortura.
Miguel: Não Mia. – Balança a cabeça várias vezes. – Você não me disse que iria vê-lo, não disse que ia no apartamento dele. Você não confia em mim pra isso.
Não consigo me segurar, e me exalto.
Eu: AH É? E O QUE VOCÊ IA FAZER? NÃO IA ME DEIXAR IR, OBVIAMENTE. – Fecho os olhos. – Essa é a resposta que você queria?
Miguel: TE PROIBIR DE IR? Meu Deus! É isso que você pensa que eu faria? – Ri, sem humor. – Quando foi que eu te proibi de alguma coisa? Quando foi eu exigi alguma satisfação? EU NÃO SOU O SEU DONO, PORRA! NÃO TENHO DIREITO DE FAZER NADA DISSO!
Dessa vez é ele quem se exalta.
Eu: Eu sei disso. Mas obviamente ia discordar, como está fazendo agora. – Amenizo a situação.
Miguel: Mia, a única coisa que eu poderia fazer seria te acompanhar. Ou então ao menos ficar alerta caso acontecesse alguma coisa. Mas não! Você entrou na cova dos leões numa bandeja de prata. – Massageia a têmpora. – Mas isso tudo é porque você não tem um pingo de confiança em mim, pelo menos não sobre isso.
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O Garoto do Café
Teen FictionDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...