2 semanas depois.....
Júlia: Mia, se você não entrar na água eu juro que vou aí e te arrasto! – Ameaça, e olha na minha direção.
Tiro os óculos de sol e a encaro.
Eu: Estou muito bem aqui, obrigada! – Digo, e coloco os óculos novamente.
Duas semanas. Férias prolongadas. Casa de praia. Sol, praia, mar. Tudo que eu queria.
Ou quase tudo.
Nos instalamos na casa faz uma semana, desde que viemos. Não é tão longe do Rio. E a vista é bem bonita. A vizinhança é um pouco deserta, pois a maioria são casas de férias assim como esta.
O sol está o clássico "torrando", então viemos mais cedo pra cá aproveitar o dia antes que esquente mais. É basicamente o único programa daqui. Pegar um bronze, cair na água ou passar o dia em casa fazendo vários nadas.
Mas não tem sido tão entediante, pois sempre variamos nos programas noturnos. Outro dia fomos a uma festa aqui próximo. Estava mais pra um happy hour, mas tudo bem. Foi legal mesmo assim.
Ainda são 9 da manhã e eu já me sinto completamente derretida.
Estou aqui, tentando pegar um bronze e vendo as meninas tentarem surfar, e falharem miseravelmente. Hoje as ondas não estão muito propicias pra esse tipo de atividade, estão bem fraquinhas.
Luísa: Desisto! – Fala, larga a prancha na beira da praia e vem andando a passos firmes até mim. Eu estou embaixo com minha toalha estirada na areia, e abaixo do guarda-sol. Ela senta do meu lado, em sua própria toalha. – Não aguento mais.
Tiro os óculos.
Eu: Se eu fosse tu, teria desistido nas 20 primeiras vezes que tentou. Trouxa! – xingo. Ela semicerra os olhos, e de repente pula em mim, sentando nas minha pernas e me molhando toda. – Luísa! Sai! Você tá me molhando.
Ela sorri de lado.
Luísa: A intenção é essa. – retruca.
Levanto meu dedo do meio.
Eu: Vadia! – xingo, e ela me sopra um beijo.
Depois volta pro seu lugar, e começa a se secar com outra toalha.
Meu celular apita, indicando uma mensagem recebida.
"Estou com saudades. Queria que você estivesse aqui"
Sorrio.
Meu contato com o Miguel tem sido pouco nas últimas semanas, resolvi não tomar a iniciativa em mandar uma mensagem. Até porque foi ele que pediu o tempo, então resolvi esperar.
Não que tenha sido uma ideia totalmente ruim. A saudade é gritante, mas ao menos consegui esclarecer as coisas comigo mesma. E tive algumas reflexões necessárias nesse tempinho.
Acho que o tempo que eu fiquei aqui olhando pro mar e torrando na areia ajudou, e posso dizer que muito. Repensei algumas atitudes, e palavras que disse. Percebi também que os seres humanos estão em constante evolução, mas não no sentido fisiológico. Mas sim em relação a mente.
Estamos sempre nos reinventado, e comigo não seria diferente. Acho que apesar de tudo, foi muito necessário. Se apenas ignorássemos o que aconteceu, seria errado pra ambas as partes. Pois estaríamos juntos, mas ao mesmo tempo separados emocionalmente pela mágoa do que aconteceu.
E sinceramente, prefiro isso do que prolongar a cicatrização dessa ferida. Foi muito ruim vê-lo ir. Mesmo sabendo que ele vai voltar.
Minha prima interrompe mais um momento reflexivo meu.
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O Garoto do Café
Teen FictionDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...