Capítulo 53

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Ando calmamente em direção a cozinha para o café da manhã.

Já se passaram três dias desde que chegamos, nesse tempo não saímos muito de casa, no máximo o jardim e a piscina. Nosso "guia" esteve ocupado nos últimos dias, então ficamos por aqui vendo filmes e curtindo a paisagem;

Eu: Cheguei mores! – Anuncio, e vejo as outras 5 pessoas sentadas a mesa de mármore. Fico até impressionada com os alimentos na mesa. – Uau! Quem fez isso tudo?

Júlia: O Miguel. – Responde, e não escondo meu espanto.

Eu sabia que ele cozinhava, mas não que era tão bom assim, e olha que eu nem provei nada. Só de olhar pra essas delícias eu consigo deduzir.

Eu: Tomar cuidado né, vai que tem veneno. – Digo, olhando diretamente pra ele.

Ele devolve o olhar de deboche.

Miguel: Boa ideia, talvez na sua eu coloque mesmo. – Pisca, e eu mostro meu dedo do meio.

Me sento de frente pra ele e do lado da minha prima.

Luísa: Vocês estão loucos pra estourar né? – Questiona aleatoriamente.

A encaro.

Vitor: Eu concordo! Os dois podiam parar de cu doce e se pegar logo. – comenta bebendo seu café.

Reviro os olhos.

Parece que eles não têm mais o que fazer além de falar da nossa "relação". Se bem que eu gostaria muito de saber o que se passa na cabeça do Miguel diante desses comentários....

Eu: Vão se foder, os dois! – aponto pra eles – mudem o disco por obséquio.

Edu: A gente até mudaria, se vocês parassem de cu doce. – Rebate.

E nisso minhas amigas me olharam com uma expressão "tá vendo?!"

Miguel: Caralho! No café da manhã e vocês falando disso? Da próxima vez eu boto veneno na comida de todo mundo. – Diz em tom brincalhão e o Vitor joga um guardanapo nele, que por sua vez responde mostrando o dedo do meio.

Qual é a dele?

Nunca vi tanta bipolaridade.

Uma hora quer me matar e na outra faz brincadeira sobre nossa inexistente relação.

Bufo e pego uma torrada.

Depois de quase enfiar o garfo na garganta de algumas pessoas graças a certas piadinhas, enfim termino meu café. E fico responsável por limpar a mesa, já que outras pessoas cozinharam e outras irão ficar com a louça.

Pego os últimos talheres e me viro pra ir em direção à pia, mas me deparo com um tronco a minha frente, e a trombada foi inevitável, assim como o susto.

Eu: Que porra! – Xingo, ao quase derrubar as colheres. Olho para o responsável e nem me surpreendo. – Vai matar o cão, cacete! Eu em, o veneno seria melhor do que um ataque cardíaco.

Olho para o Miguel imóvel a minha frente, me encarando como sempre.

Reviro os olhos.

Coloco as coisas na pia e volto pra pegar o resto, ele segue todos os meus movimentos com o olhar. E por um momento me perco naqueles olhos lindos que tanto me observam, mas me recomponho antes que ele perceba.

Eu: Quer uma foto não? – Questiono ironicamente.

Ele finalmente sai do modo estático e cruza os braços.

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora