Eu: Não, não, não! – Peço me segurando ainda mais firme. Ele ameaça ainda mais me soltar.
Olho em seu rosto o divertimento evidente.
Miguel: Me dê um motivo pra não fazer isso. – Olha pra piscina e pra mim simultaneamente.
Penso em alguma coisa boa o suficiente, mas nada surge.
Eu: Porque eu....lavei o cabelo ontem? E eu posso pegar um resfriado? – Tento, e por um segundo sua cara pensativa e hesitante me fez pensar que ele tinha desistido.
Mas foi só ilusão, pois no segundo seguinte ele me joga na piscina pulando junto logo após.
O choque do meu corpo colidindo com a água me foi até agradável levando em conta o enorme calor, mas volto logo a superfície em busca de ar. Dou algumas tossidas pra botar pra fora o pouco de água que engoli.
Eu: Filho da mãe! Meu cabelo tá cheio de cloro agora. – Reclamo, isso o faz rir.
Nado até ele e tento afoga-lo pra revidar de algum jeito. Mas ele desvia facilmente do meu "ataque", e puxa meu pé pra baixo. Entre os poucos segundos que fiquei submersa e voltei novamente a superfície ele já estava tranquilamente do outro lado da piscina, sem qualquer sinal de respiração ofegante ou esforço.
Eu: Como?! – pergunto descrente.
Miguel: Eu fazia natação quando era mais novo, um dos muitos esportes que meu pai me obrigava a fazer pra aumentar minha conduta e seu prestígio. – Ele fala, com um leve descontentamento.
Claro que ele fez isso, tem alguma coisa que ele não saiba fazer?
Bufo.
Viro de costas como uma criança e nado até a escadinha da piscina querendo sair. Mas antes que eu pudesse chegar até lá, sinto braços me puxando e meu corpo se chocando com um tronco.
Eu: Não tem graça Miguel – resmungo pra ele, que ainda está rindo.
Miguel: Você tá puta? – brinca.
Semicerro os olhos e bato em seu peito. Ele nem se move, é claro.
Eu: Só por causa da sua piadinha, tu vai lavar meu cabelo. – Ele balança a cabeça negativamente sorrindo – Ah mas vai sim!
Consigo sair da piscina ouvindo nossos amigos do outro lado gargalharem com minha revolta, mostro o dedo do meio pra eles e vou em busca da minha toalha.
Hoje é 28 de dezembro, depois da festa as coisas continuaram iguais. Só estamos um pouco receosos com nossa partida, em uma semana iremos voltar pra casa, de volta a nossa normalidade entediante.
Nossa programação para a virada de ano vai ser bem diferente. Nem festa, nem jantar. Quer dizer, vai ter um jantar, mas de um jeito bem legal. Estamos planejando uma espécie de picnic no lago, de lá vai dar pra aproveitar a brisa da noite, a queima de fogos e a comida. Simples e diferente.
Júlia: Ei, de quem é a vez de fazer comida hoje? – olha pra Lu, que balança a cabeça negativamente.
Elas estão sentadas na borda da piscina, somente aproveitando o sol e tirando fotos. Completamente secas! Enquanto eu estou aqui, toda encharcada e com um sebo de cabelo.
Luísa: Eu fiz antes de ontem!
Miguel: Eu fiz ontem. – Avisa.
A Jú os olha incrédula, e um pouco pensativa.
Júlia: AH! Mas eu sei que eu não sou. Eu fiz dois dias seguidos antes do natal. Quero nem saber. Vocês que lutem! – Então todo mundo começa a me olhar.
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O Garoto do Café
Подростковая литератураDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...