Guardo minhas coisas e me adianto ao ir para o intervalo. Muita coisa mudou nesse último mês. Passou um tempinho desde toda aquela treta, e pode-se dizer que o que mudou, foi pra melhor.
Fernando visita a família regularmente, algumas vezes estive lá e pude ver a tentativa. Miguel consegue ficar no mesmo ambiente que o pai, rola um cumprimento básico tipo "bom dia, boa tarde" e etc. Não é nada excepcional ainda, mas já é um grande avanço.
Meu namorado também ficou muito mais atencioso com as necessidades da família. Depois daquela noite, a Sophia teve uma recaída emocional, não parava de chorar pedindo o pai. Agora, com a frequência de visitas aumentando, ela tem estado um pouco melhor. Às vezes quando estou lá, brinco com ela pra que se anime um pouco;
Outra coisa que mudou muito nesses últimos meses foi a minha relação com a Melissa. Ela não me olha como se quisesse me matar, agora conversamos, e sempre que estou lá ela agradece. Pois segundo ela, eu trouxe um pouco de paz pra essa família, pra ela, a "aceitação" do Miguel veio de mim. Mas eu deixei bem claro que tudo que aconteceu foi esforço dele, eu só dei um empurrãozinho básico, assim como ela. O mérito e a força de vontade eram inteiramente do filho.
Ela não poderia ter ficado mais orgulhosa. E eu também.
Miguel: Vai ficar querendo, é surpresa meu anjo. – Diz, e me dá um selinho. Empurro-o, ele nem se mexe. Então me viro de costas no banco, de braços cruzados e emburrada. – Oh criança, vem aqui.
Chama, e eu mostro meu dedo do meio. Ouço sua gargalhada atrás de mim.
Eu: Criança é o caralho! – Exclamo, ele sorri.
A gente tá no pátio, esperando dar a hora de voltar pra sala. Eu tô insistindo pra ele me dizer o que vai me dar de aniversário, mas ele é muito resistente.
Miguel: Não adianta Mia, eu não vou dizer. – Reviro os olhos.
Eu: Vai se ferrar então! – digo, e saio dali. Ouvindo sua risada atras de mim.
Infantil? Nem um pouco.
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Chego em casa na hora do almoço, tivemos o último horário vago então adiantou um pouco meu horário.
Meus pais e a Abby estão sentados já almoçando. Deixo a mochila no sofá e me junto a eles.
Ricardo: Como foi a escola? – pergunta, dando uma garfada no seu prato.
Dou de ombros.
Eu: Uma merda, como sempre. – Respondo, e começo a montar meu prato.
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Acordo mais tarde com o alarme, e ao mesmo tempo fico confusa sobre isso. Eu não já fui pra escola?
Desligo, e olho a nota de que deixei. "Fazer trabalho com o Miguel".
Bufo, e afundo minha cabeça no travesseiro.
A professora de biologia passou um trabalho em dupla, eu ia fazer com alguma das meninas. Mas como meu querido namorado mora aqui em frente, achei melhor fazer com ele. Minha preguiça previu que eu teria que me locomover muito pra fazer com alguma delas.
Levanto, vou ao banheiro e vou trocar de roupa. Coloco uma regata e uns shorts, calço meu chinelo e pego minha bolsa com o caderno.
Prendo o cabelo em um coque apertado e olho as horas...16:00 da tarde, ainda é cedo. Ele não deve nem ter voltado do treino de sexta, mas como não tenho nada pra fazer, prefiro ir pra lá.
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O Garoto do Café
ספרות נוערDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...