Capítulo 33

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Sinto pequenos beliscões em meu braço e um peso adicional sobre mim, e subitamente abro olhos.

Júlia: Eiii. – Fecho os olhos novamente ao perceber do que se tratava. – Mia!

Exclama e belisca com mais força.

Eu: Aiiii! O que foi? Que horas são? – Resmungo ainda sonolenta, olho o relógio no criado mudo. 12:54 PM. – Ainda ta cedo, deixa eu dormir mais 3 horas.

Júlia: Não. Você vai acordar e ficar comigo até o desgraçado do meu namorado vir me buscar. – Levanta da cama. E ai percebo que era ela em cima de mim.

Eu: Você é pesada sabia? – Digo me sentando e calçando minhas pantufas.  Me levanto e vou até o banheiro fazer minhas higienes, quando volto ela ta sentada na cama e mexendo no celular. – Como assim você ta bem assim? Depois do porre de ontem achei que ia ficar no mínimo com uma puta ressaca.

Júlia: Acordei faz 2 horas. E sua mãe me deu um remédio pra dor de cabeça e um lanche. Ela falou que quando você acordar é pra ir comer. – Fala sossegadamente;

Dou de ombros e vou tomar banho. Logo em seguida pego um conjuntinho de top e short jeans simples e um chinelo.

Eu: Como assim o Vitor vai te buscar? Pelo seu papo de bêbada ontem não deu pra entender muito bem não querida. – Pergunto ainda no closet.

Júlia: Ele chegou por volta das 5 de manhã aqui. Mandou mensagem dizendo que não tinha conseguido sair a tempo de lá. – Interrompo-a

Eu: Ah, fala sério. Nem é tão longe daqui. – O pai do Vitor mora em uma zona mais afastada, quase em um povoado. Mas tem uma casa de campo legal lá. Ele dificilmente vai lá.

Júlia: Sim. Eu achei isso também. Então liguei pro meu sogro e perguntei a hora que ele tinha saído de lá pra confirmar. Alegando que não tinha conseguido falar com o Vitor. Ai ele confirmou o que o filho disse.

Eu: Você não pensou por um minuto que o pai dele poderia achar que tinha acontecido alguma coisa com ele? – Indago-a.

Júlia: Ah fala sério. O Vitor é grandinho, sabe se cuidar. E além do mais a culpa é dele mesmo, quem mandou não mandar notícias.

Eu: Mas ele deu. – Rebato.

Júlia: Mas podia estar mentindo. – Fala firme. – Enfim. Eu liguei pra ele depois de falar com o pai dele. E obriguei ele a vir me buscar aqui, ele ficou puto, é claro. Mas será esse o castigo por me dar bolo ontem, ameacei ele dizendo que era isso, ou 2 semanas sem beijos e sexo. Ai é CLARO que ele viria. – Diz se gabando. Mais controladora que isso desconheço.

Não querendo defender o Vitor não. Pois eu sei bem a peça que o meu amigo é, mas as meninas neuróticas e ciumentas, quando estão desconfiadas são piores que o FBI. Ta perdendo em!

Reviro os olhos com perplexidade pelo seu ciúme.

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Termino de escovar meus cabelos e os amarro em um rabo de cavalo folgado, com alguns fios caindo. Desço pra cozinha e encontro a Júlia sentada no sofá com as pernas estendidas. Passo por ela e vou até a cozinha pegando um pacote gigante de Cheetos  e um copão de Coca-Cola.

Júlia: Daqui a pouco vai sair rolando por ai. Só come porcaria. – Comenta e eu dou de ombros.

Não é a primeira, nem a última vez que reclamam disso.

Acabo de comer. Com toda calma do mundo enquanto a Júlia fica no celular. Assim que acabo a chamo pra ir pra frente de casa pra esperar. Abro o portão e nos sentamos na calçada pra ficar batendo papo.

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora