Abro os olhos tentando me manter focada na aula, difícil. Nunca vi coisa tão entediante quanto química, e principalmente porque o professor parece ter sonífero na voz. Logo percebo que não sou a única nessa situação, uma parte dos meus colegas estão de cabeça baixa, outros mexendo no celular disfarçadamente (ou não), e alguns tentando ao máximo prestar atenção, como eu.
Hoje ainda é quinta-feira, sem grandes acontecimentos nos outros dias, apenas a mesma rotina entediante. As constantes implicâncias do projeto de demônio, os pequenos surtos da Jéssica, cuja justifica-os com o argumento de que a ficha que vai se casar está caindo agora; as tretas da Lu e do Edu, os vai e vem da Júlia e do Vitor, nada fora do normal por aqui.
Olho pra trás e vejo que o Miguel está incluso na lista dos que estão entediados demais com essa aula, do tipo "alguém me tira daqui".
Depois da nossa "discursão", nossos papos foram um pouco automáticos eu diria, sem conversas longas, apenas os tradicionais cumprimentos.
E as vezes nem isso, e na realidade eu não sei o que me incomoda tanto nisso. Isso está como deveria ser, certo?
Ou talvez ele esteja cumprindo o que eu ingenuamente ignorei, a parte que disse que iria manter distância de mim.
É claro que eu relembrei a analisei cada palavra e o sentido delas, e particularmente eu me senti uma otária. Eu não discuto daquele jeito. Eu não fico calada ouvindo. Eu não fico com o rabo entre as pernas como aconteceu.
A razão pela qual eu baixo a guarda (sem conseguir levanta-la) com ele, é a mesma pela qual eu me incomodo com o afastamento. A falta de insistência dele. E essa razão...eu ainda não consigo decifrar. Sei lá, eu gosto de estar perto dele, é fácil me abrir com ele, conversar com ele.
Meu cérebro está me dizendo que estou em território perigoso, e que preciso regredir. Mas eu não sei se devo obedece-lo.
Só então percebo que o estava encarando tempo demais, e, talvez atraído pelo meu olhar, ele vira a cabeça pra mim, me olhando curioso, desvio o olhar e me forço a prestar atenção na aula novamente.
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Luísa: Ai gente, não sei mais o que eu faço com o Eduardo! - Reclama. Estamos no intervalo agora, depois de longas aulas chatas e entediantes.
Na cantina, nos sentamos próximo a algumas plantas decorativas na escola, onde não faz muito barulho.
Júlia: Afinal por que vocês estão brigando tanto?
Luísa: Porque ele é um idiota! - Exclama e ficamos com cara de paisagem, sem entender – E porque ele não quer me acompanhar no casamento! - Explica.
Eu: E por que não? - Pergunto.
Luísa: Ele acha casamentos entediantes, e principalmente porque ele vai ter que dançar comigo na festa, e ele odeia dançar. - Revira os olhos.
Eu: E então?
Luísa: Sei lá, eu to tentando convencer ele, mas ele é muito teimoso. - Fala e repentinamente a praga aparece;
Edu: E você deviria falar mais baixo amor – Fala chegando por trás dela e beijando seu roso.
E eu novamente fico sem entender esse povo, brigando direto, e a ainda nesse frufru todo. O famoso entre tapas e beijos se concretizou com eles, eu em!
Assim que ele termina de falar, minha prima fecha a cara automaticamente, creio eu que seja apenas uma birra dela, porque eles são muito ligados, não conseguem ficar separados um do outro por muito tempo. Mas apesar disso vivem brigando, ótimo contraste esse.
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O Garoto do Café
Подростковая литератураDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...