Capítulo 41

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Estou sem fôlego!

Não aguento mais correr!

Paro e ponho as mãos no joelho, tentando controlar minha respiração. Sinto o suor escorrer pela minha testa, não posso ver meu rosto no momento, mas tenho certeza que deve estar vermelho pelo esforço.

Miguel: Ah qual é! - Exclama, e volta de onde estava pro meu lado, bem atrás. - Não foram nem 4 quarteirões Mia.

Paro de olhar para o chão e o fito. Ele está suado, mas não pingando como eu. Vou derreter!

Eu: Quando você disse naquele dia que eu iria pagar de outro jeito, eu não imaginava nem nos meus piores pesadelos que seria assim! - Resmungo ofegante

Ele revira os olhos.

Miguel: Dramática. - Semicerro os olhos. - Não me olhe assim, você sabe que é. E você não estaria assim se não fosse tão sedentária.

Bufo alto, e isso contribui ainda mais pra minha respiração ofegante continuar.

Eu: Ainda não sei como tu me convenceu a fazer isso, sinceramente. - Confesso.

Ele sorri se gabando.

Miguel: É porque eu sou maravilhoso. E tenho um ótimo poder persuasivo. - Balança o cabelo.

Resolvo concordar.

Eu: É mesmo, pense! - Concordo, com uma pitada de sarcasmo.

Miguel: Nem tente me enganar dona, ainda falta metade do percurso. Anda! - Ordena e sai andando.

Eu bufo novamente, num ritmo mais lento é claro.


..........


Eu: Eu nunca mais faço isso! - Exclamo, e abro a porta da geladeira pra pegar minha garrafinha de água.

Depois de quase colocar cuspir meu pulmão pra fora de tanto correr, ele finalmente anunciou o fim do exercício. Então viemos aqui pra minha casa, já que ele por coincidência (ou não), pediu o livro, que por acaso ele achou na escola, emprestado.

Pego outra garrafinha e dou pra ele.

Miguel: Valeu. Mas nem pense em desistir mocinha. Eu te levo, nem que seja arrastada. - Seus lábios se erguem em um meio sorriso.

Eu: Animal! - Xingo.

Ele, como sempre, não se ofende.

Miguel: Só com você. - Reviro os olhos, e sorrio também.

É bom estar com ele.

Abro a geladeira pra procurar alguma coisa pra comer. Pego os ingredientes pra um sanduíche simples e ponho na ilha da cozinha.

Miguel: Que indelicada. Não vai perguntar que seu quero? - Questiona enquanto pego os últimos adicionais.

Olho de rabo de olho pra ele.

Ele está escorado no balcão com o rosto entre uma das mãos que está apoiada no cotovelo, o qual está erguido sobre o balcão.

Eu: Você quer? - Ofereço com voz forçada.

Miguel: Não, obrigado.

O olho perplexa.

Miserável

Eu: Ah infeliz! Pois agora você vai comer sim, quero nem saber! - Termino de pegar as coisas e deixo tudo preparado, apenas precisa montar os lanches. Ele tenta negar alguma coisa, mas eu o interrompo. - Nem começa! Eu vou pegar o livro e quando eu voltar quero ver você trabalhando, anda. - Digo e imito seu jeito de falar.

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora