Termino de arrumar a última mala, deixando separada apenas a que irei dormir e a de amanhã. Finalmente acabei.
Caio na cama exausta e morrendo de sono, mas como o universo é muito legal, alguém entra.
Luísa: Menina! Tu não acredita no babado que eu acabei de descobrir! – Fala, assim que passa pela porta e se joga na cama comigo.
Essa é minha prima, fofoca 24 horas.
Eu: Quem morreu? – Pergunto.
Fecho os olhos e ponho as mãos atrás da cabeça, tentando relaxar.
Só tentando, e falhando miseravelmente, já que minha prima não sabe calar a boca.
Luísa: Eu odeio o seu humor ácido. – Reviro os olhos.
Eu: Não é humor ácido. – Eu ia explicar, mas fiquei com preguiça. – Mas o que é que você queria contar?
Sua expressão entrega sua confusão de poucos segundos. Porém depois ela parece lembrar.
Luísa: Ah sim! Parece que sei irmão e a Sam terminaram. – Solta, e eu me levanto repentinamente olhando pra ela. – Eu vi que eles apagaram as fotos deles juntos nas redes sociais, o Bruno tem algumas, mas a Sam tirou tudo.
Deito novamente.
Eu: Duvido que tenham terminado, deve ter sido só uma briguinha básica. Eles não vivem sem o outro não. A Sam praticamente morava lá em casa. – Digo.
Ela fica pensativa.
Luísa: Vamos tirar a prova então. – Ela tira o celular do bolso e o desbloqueia. – Ah esqueci que não tenho mais créditos. Ligue você.
Nem um pouco curiosa né.
Pego o celular na escrivaninha e disco o número do Bruno. Depois de quase encerrar a chamada ele atende.
Bruno: Alô.
A Lu fala por mim.
Luísa: Bruno, que babado fortíssimo foi esse com a Sam? Vocês terminaram? Quem botou chifre em quem? – Cospe perguntas como se fosse um chiclete.
A linha fica muda por alguns segundos.
Bruno: Nossa, não sabia que esse número agora era da Luísa. Da próxima vez nem atendo.
Por incrível que pareça, eu até que senti falta da acidez do meu irmão.
Eu: O número é meu, idiota. E fala logo. – Exijo.
É, eu também sou fofoqueira.
Bruno: Desde quando eu tenho que dar alguma satisfação a vocês, intrometidas de plantão?
Luísa: Se você não disser, eu taco fogo na sua moto assim que chegar ai! – ameaça, e o palhaço faz um falso som de susto.
Bruno: Ui! Que medinho.
Sim, esses são meus parentes.
Eu: Bruno deixa de palhaçada e diz logo. Eu sou sua irmã esqueceu? E amiga da Sam também. Se tu fez alguma coisa pra ela, eu juro que te castro!
Ele suspira alto.
Bruno: Obrigado pela parte que me toca, "maninha". E a gente não terminou.
Mexo a boca dizendo "eu disse" pra Lu.
Luísa: Não? E por que as fotos de vocês juntos sumiram do perfil dela nas redes sociais? – Insiste.
Bruno: Vocês não têm mesmo o que fazer da vida não né? Porra, o lugar bonito aí, cheio de coisa pra ver e vocês olhando a vida alheia. Eu hein!
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O Garoto do Café
Ficção AdolescenteDois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismática, personalidade forte e que causa admiração. Já no ensino médio, super louca ela não abaixa a cab...