Capítulo 45

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Enfim chegamos no nosso bairro. O trajeto foi percorrido com poucos palavras. Acho que ele percebeu meu nervosismo, era quase impossível não notar.

Miguel: Relaxa! Você só vai dormir, Mia. - Me tranquiliza. Eu assinto sem ter muito o que fazer.

Tiro o cinto e fecho a porta do carro, enquanto espero na calçada que ele guarde o carro. Em seguida passa por mim até o portão e pega um molho de chaves no bolso. Depois que abre, acena para que eu entre. Assim o faço.

A casa está em completa escuridão, pego meu celular pra checar as horas….01:07 da manhã. Não tá tão tarde.

Ele acende a luz da sala e da cozinha. Depois vai até a cozinha. Eu o sigo.

Miguel: Quer alguma coisa? - oferece com educação.

Eu nego com a cabeça. Ele está calmo, calmo demais. Deve estar acostumado com garotas indo e vindo em sua casa. Para amenizar meu desconforto, eu tento puxar algum assunto.

Eu: Se divertiu? Na boate? - Ele pega um copo com água e me entrega.

Miguel: Mais ou menos - faz um gesto com a mão - poderia ter sido melhor se aqueles babacas não tivessem aparecido.

Concordo.

Eu: É! Mas isso tem em todo lugar. - mordo o lábio.

Ele também concorda.

Miguel: Vem. Vou ajeitar as coisas pra você. - Fala, e sai andando até as escadas. Eu o sigo.

Com cuidado, já que o andar de cima está tão submerso nas sombras quanto o de baixo.

Ele acende a luz do corredor e entramos no seu quarto.

Eu: Não tem quarto de hóspedes?? - pergunto depois de entrar.

Miguel: Tem. Mas está em reforma, tá cheio de coisas nele. Foi o último cômodo que meus pais decidiram reformar desde que nos mudamos. - Explica. E vai até um armário grande no lado direito, do lado de uma cama grande. 

Mudou um pouco desde a última vez que vim aqui. E naquela época eu não reparava muito nos detalhes. O quarto sob iluminação parece mais amplo. É espaçoso, e não tem tantas coisas como o meu. A porta da varanda/sacada, que é de frente pro meu quarto, do lado do guarda roupa está seu violão.

No lado esquerdo tem uma estante com livros, jogos e uns objetos de decoração. O papel de parede do quarto são listras grandes em branco. Tem também uma porta perto da escrivaninha que julgo ser o banheiro.

Ele mexe um pouco nas gavetas. E pega uma blusa preta e uma cueca boxer também preta e estende pra mim.

Miguel: Aqui. São novas - eu pego - não deve ser nada confortável dormir com um negócio desses. - comenta, e aponta pra minha vestimenta. Pego as roupas e passo por ele, indo ao banheiro.

Abro a porta do banheiro e me sinto familiarizada. Tudo aqui lembra minha casa, no mesmo modelo. Tranco a porta do banheiro, só por garantia, e tiro minha roupa para ganhar. Fico só de lingerie em frente ao espelho da pia, e pego a toalha e a escova de dentes no balcão de baixo, conforme indicado.

Olho meu reflexo no espelho. A maquiagem quase não existe mais, meu cabelo tá todo bagunçado, e tem algumas gotas de suor na minha testa. Não sei se é pelo calor, ou pelo nervosismo.

Coloco as mãos no balcão e respiro fundo.

Tudo bem, vocês são amigos, já tem intimidade, sem surto! Só vou dormir.

Penso. E automaticamente me repreendo. Eu tô parecendo uma menina prestes a perder a virgindade.

Reviro os olhos com o pensamento, em seguida amarro meu cabelo em um coque e tiro o resto da roupa. Indo em direção ao box do chuveiro. 

O Garoto do CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora