Aniversário/Sumisso/ "Nunca me arrependeria de te Amar"

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Galera esse Cap tá muito bom.

Boa Leitura.

POV. VOLTAN MARZIN
21 DE MARÇO E ALÉM
Bato na porta do quarto dela, mas ninguém abre. Bato de novo.
— Babi?
Bato de novo e de novo e finalmente ouço uma movimentação, um barulho de alguma coisa caindo, um droga!, e a porta se abre. Babi está de terno. Cabelos molhados, sem nada no rosto além de um lindo sorriso, e sim, bem  gostosa.
Dá um sorrisinho e diz:
— Loirinha. A única pessoa que quero ver.
Ela abre espaço pra eu entrar.

O quarto ainda parece de hospital, e sinto uma angústia porque ela esteve no hospital e não me contou, e tem alguma coisa em todo aquele azul que faz com que eu me sinta sufocada.
— Preciso falar com você.
Babi me dá um beijo de oi e seus olhos estão mais brilhantes do que na noite passada, talvez porque não está de óculos. Toda vez que ela muda tenho que me acostumar. Me beija de
novo e se apoia de um jeito sexy contra a porta, como se soubesse como está bonita.

— Primeiro as coisas mais importantes. Preciso saber o que você acha de viajar no tempo e de comida chinesa.
— Nessa ordem?
— Não necessariamente.
— Acho que um é interessante, e o outro, delicioso.
— Tá bom. Tira o sapato.
Tiro o sapato.
— Tira a roupa, tampinha.
Dou um tapa nela.
- Sou mais alta que você.
- Não é mesmo - reviro os olhos e ela sorri — Agora a questão dá roupa, tá, mas deixa pra depois, mas não pense que vou esquecer. Certo. Agora feche os olhos.

Fecho. Imagino qual seria a melhor maneira de falar sobre o Vida É Vida. Mas ela parece ela mesma de novo, mesmo com a aparência diferente, e penso que, quando abrir os olhos, as
paredes do quarto estarão pintadas de vermelho e os móveis estarão de volta e a cama estará arrumada, porque é ali que ela dorme.

Ouço a porta do closet abrir e ela me conduz alguns passos à frente.
— Fique de olhos fechados.
Por instinto, estendo as mãos à frente, e Babi as abaixa. Está tocando Slow Club, uma banda que eu gosto, ousada e agridoce e meio excêntrica. Como Babi,penso. Como nós.

Ela me ajuda a sentar sobre alguma coisa que parece uma pilha de travesseiros. Ouço e sinto ela se mexendo à minha volta quando a porta se fecha, e então seus joelhos estão contra os meus. Tenho dez anos de novo, de volta aos meus dias de construir esconderijos secretos.
— Pode abrir.
Abro.
Estou no espaço, tudo brilhando como a Cidade das Esmeraldas. As paredes e o teto estão pintados com planetas e estrelas. Nossos post-its ainda estão colados. O edredom azul está perto dos nossos pés, e o chão inteiro brilha. Pratos e talheres e guardanapos estão
empilhados perto de caixas de comida. Uma garrafa de vodca está no gelo.
— Como você…?
Babi aponta para a luz negra no teto.
— Se prestar atenção — ela diz e levanta uma mão pro céu —, Júpiter e Plutão estão perfeitamente alinhados em relação à Terra. Aqui é a câmara gravitacional de Júpiter-Plutão. Onde tudo flutua.

A única coisa que sai da minha boca é:
— Meu Deus.
Eu estava tão preocupada com ela, com essa garota que tanto amo, mais preocupada do que jamais estive, até este exato momento, quando olho para o sistema solar. É a coisa mais linda que alguém já fez pra mim. Coisa de cinema. Parece, de certa forma, épico e frágil ao mesmo tempo, e quero que a noite dure pra sempre, e saber que não vai durar já me deixa triste.

A comida é do Happy Family. Não pergunto como ela conseguiu, se foi até lá dirigindo ou se pediu pra Milena buscar, mas prefiro acreditar que ela foi até lá porque não precisa ficar dentro do closet se não quiser.

Ela abre a vodca e revezamos dando goles. O gosto é seco e amargo, como folhas de outono. Gosto do jeito como queima meu nariz e minha garganta.
— Onde conseguiu isso? — Mostro a garrafa.
— Tenho meus contatos.
— É perfeito. Não só isso… tudo. Mas é seu aniversário, não meu. Eu é que devia ter preparado algo assim pra você.
Ela me beija.
Eu a beijo.
As coisas que não dizemos pairam no ar, e me pergunto se ela também sente isso. Ela está tão agradável e tão Babi que digo a mim mesma que devo deixar pra lá, não pensar mais nisso. Talvez Amanda esteja errada. Talvez só tenha me contado sobre o grupo pra me chatear.
Talvez ela tenha inventado a história toda.

30 Dias  30 Motivos - Babitan G!POnde histórias criam vida. Descubra agora