"Uma chance ainda é uma chance"

1.1K 144 54
                                    

POV. BABI
Fiquei mais um tempo no local, apenas para processar tudo mais um pouco; e também porque me sentia bem alí, com todos.

Conversei e aprendi mais sobre.
Me disseram que oque eles usam na bebida são exatamente as águas medicinais que costumava tomar na adolescência e eles usam mais algumas coisas que também são medicinais.

Estava sentada, mexendo em pequenas gramas que tinha no chão,    quando senti alguém se aproximar. Era Mario. Ele sentou ao meu lado levou uma mão até meu ombro e sorriu.
- Você precisa ir, eu sei que ainda deve ser difícil, afinal. Mas você precisa resolver tudo. E deixar tudo de ruim ir embora - Ele aponta pro meu peito onde fica o coração - Tudo que não é necessario esta aí, para que você possa ficar em paz e bem consigo mesma.

Apenas concordo com a cabeça.
Ele deu um leve aperto no meu ombro, levantou e me deu sua mão para que eu segurasse, e eu o fiz.
- Muito bem. Não fique para o proximo ritual. Vá, e faça o que tem que fazer. Perdoe quem você tem que perdoar. E apenas deixe ir.

Depois de um tempo, me despedi da senhora Fatima, e do senhor Mario, junto de todos os outros que consegui.

Me sentia um pouco mais leve. Como nunca me senti antes, é como se tudo isso tivesse aberto minha mente, como se, eu estivesse conectada com outra Bárbara.

Quando senti tudo caindo sobre mim tão rapidamente, não me importei com absolutamente ninguém. Como se todo meu esforço por todos esses anos não valeram de absolutamente  nada, nem pra mim, e nem pra ninguém. Foi tudo uma carga muito pesada, e assim como muitas outras vezes, o suicidio se tornou uma opção.

Mas uma chance ainda é uma chance em um milhão.

Sei que tenho que resolver tudo que tenho pendente.

Mas ainda assim, preciso de tempo, mais alguns dias para conseguir resolver tudo que precisa ser resolvido. Preciso de um tempo comigo mesma.

POV. VOLTAN MARZIN

Voltei a dormir por mais algumas horas, era só oque eu sabia fazer nesse momento, queria dormir, talvez quando eu acordasse Babi poderia estar aqui.

Quando acordei, estava tudo silêncioso, achei estranho, não ouvia nenhuma voz. Resolvi tomar um banho bem gelado; quando terminei vesti uma blusa da Babi e um short.

Me olhei no espelho e pude notar minhas olheiras, me sentia um pouco fraca, provavelmente pela falta de comida, mas não sentia fome, sabia que, oque chegasse no meu estômago iria voltar novamente, a comida simplesmente não descia, por mais que eu tentasse.

Desci as escadas lentamente. A televisão estava ligada, Thaiga estava jogada no sofá, e Sofia deitada em cima dela. Cheguei perto das duas e deixei um beijo demorado na testa de Sofi.

Fui até a cozinha mais o Gilson não estava. Peguei um copo de água e fiquei sentada encarando a parede por um bom tempo, até escutar um barulho vindo da porta, levantei e fui até a sala encontrando GS falando no telefone.

Fiquei em pé até ele me notar, GS virou, quando me viu, parou de falar, murmurou um obrigado e desligou o telefone.

- Até quem fim você saiu do quarto - Ele falou baixo pra não acordar as meninas, provavelmente. Sorriu e me abraçou apertado como se não nos víssemos a um bom tempo - Que saudades - Ele diz me levantando um pouco do chão me fazendo rir.
- Você me viu hoje Gilson - Ele me aperta mais um pouco e me solta rindo.
- Eu sei, mas parece tanto tempo - Ele diz rindo.
- Onde você estava?
- Do lado de fora, fui até a delegacia a algumas horas, eram eles com quem estava falando no telefone - Ele diz, fico um pouco nervosa e pergunto :
- E aí, alguma notícia? Acharam ela ? - Ele passa as mãos no cabelo, e suspira.
- Não exatamente. Eu só pedi para que tentassem localizar ela, mas que não trouxessem ela de volta. Eles me informaram que ela foi pra Indiana. Mas ela pode estar em qualquer lugar de Indiana.
- Indiana?
- Sim. Eu liguei pra Mii, não falei que a Babi tinha sumido, conversei com ela naturalmente, mas tudo indica que ela não está com ela. Então não sei em que lugar de indiana ela pode estar - GS diz, antes que possa dar uma resposta, me sinto fraca, minha visão fica turva, ouço GS me chamar mas não consigo responder, dou um passo pra trás e em questão de segundos tudo escurece.

Desperto um pouco atordoada, sem saber onde estou. Olho pro meu braço onde tem um soro, levanto, e sento na cama, minha cabeça está latejando. Olho pro lado e vejo GS jogado em um sofá no canto do quarto.

- GS? - Chamo em um susurro, mas nada - GS? - Chamo outra vez, um pouco mais alto, ele levanta a cabeça lentamente, fica me olhando por alguns segundos, como se estivesse tentando processar, então ele pisca, levanta rapidamente, vindo até mim.
- Oque foi? Aconteceu alguma coisa? - Ele questiona preocupado, me analisando.
- Não! Onde estou? E oque estou fazendo aqui ?
- Você está no hospital, você simplesmente desmaiou ontem durante a tarde, fiquei preocupado não sabia oque fazer, então te trouxe pra cá.
- Como assim ontem? Que horas é, agora? - Gilson olha no relógio e diz :
- Onze da noite -  Ele diz e antes que eu possa responder um homem de jaleco branco entra no quarto. Cabelos grisalhos, pele escura.

- Vejo que acordou - Ele diz com um sorriso simpático nos lábios - Sou Rafael seu médico, por agora. Antes que eu possa falar algo, GS toma a frente.
- Então Sr.Rafael, ela está bem? - GS questiona.
- Bom, ela precisa se alimentar bem, o desmaio foi devido a falta de alimento - Ele volta sua atenção pra mim e continua - Senhorita Marzin, você precisa tomar algumas vitaminas que passei e cuidar da sua alimentação, você está ficando anêmica.

Depois de algumas conversar com o médico, ele disse que eu só iria ser liberada durante o periodo da manhã.

Ninguém tem nenhuma notícia da Babi ainda, e são quase quatro dias, que ela não está.
Liguei pra Sofi, mas ela já estava dormindo, então apenas falei com a Thaiga, me disse que Sofi estava bem, que tinha passado a tarde toda brincando no parque com Mary e voltou exausta.

Como estava tendo dificuldades para dormir, me deram um sedativo para que eu pudesse dormir melhor, depois que eu terminei de comer.
O sedativo logo fez efeito me fazendo apagar.

30 Dias  30 Motivos - Babitan G!POnde histórias criam vida. Descubra agora