O barulho da chuva a embater no telhado é o meu despertador. Pisco algumas vezes os olhos antes de os esfregar. A moldura da minha família está a meu lado na cama e o meu corpo está algo dorido. O meu olhar capta nodoas vermelhas e grandes rasgões nos meus Jeans, algo que não tivera reparado. Levanto-me e retiro as calças lentamente devido à dor seca que sinto. A minha perna encontra-se repleta de sangue seco, feridas abertas e algumas pisaduras e arranhões. Uma lástima.
Ao examinar as feridas, grandes Flashes da noite passada retornam à minha mente. A esperança de que tudo fosse um pesadelo caiu por terra completamente. E o medo, a dúvida e a vontade de fugir apoderam-se novamente de mim. Eu não acho de todo que o Niall me queria matar mas e se eu for uma “missão”? E se ele não passar de um serial killer? Aaron sabe da minha existência e os nossos “Encontros” não foram a ideia mais clara de pacíficos que eu poderia definir. Já assisti a uma espécie de “discussão” entre ele e Niall. Ninguém pode descobrir o que eu sei acerca deles. Não pelo menos até eu arranjar uma solução para isto. Tenho de me afastar ao máximo de problemas. E neste momento eu sinto que tudo o que envolva “Niall” é um problema. Um problema e um perigo.
Ergo o meu corpo e procuro uma roupa lavada. Não tenho a certeza se alguém estará levantando e não quero dar justificações do estado miserável em que se encontra a minha perna. Espreito para ambos os lados do corredor e estando o mesmo deserto, avanço até à casa de banho. Ligo a pequena luz em cima do espelho e observo a minha cara escura de sujidade e com marcas de lagrimas. A minha camisola também tem alguns cortes semelhantes às das calças. Preciso de um banho urgentemente. Retiro a roupa toda e ligo o chuveiro temperando a água a meu gosto. Assim que a água atinge a temperatura perfeita eu deslizo para baixo desta, sentindo a sujidade ser levada e a minha perna e braços arderem devido ao contacto da água com as superfícies abertas. Esfrego a minha cara com sabão, assim como todo o meu corpo, seguindo os produtos para o cabelo e todos esses itens. Como ao fim de todos os banhos, seco-me, enrolo-me na toalha e penteio o meu cabelo escurecido pela presença da água nestes e regresso ao meu quarto, após confirmar a ausência de pessoas no corredor.
Retiro de cima do armário a mala de primeiros socorros que uso para os cavalos. Pego em algumas ligaduras e num frasco de álcool etílico para desinfectar as feridas. Enquanto o produto fervilha sobre as minhas feridas abertas eu deixo que a leve dor transporte consigo alguns problemas. Enrolo a minha perna na sua totalidade até meio da coxa e prendo com um pouco de adesivo. Desinfecto as feridas no meu braço e tapo a mais profunda com um penso improvisado. Seguidamente escolho uma roupa qualquer e as botas de borracha preta. Prendo o meu cabelo ainda húmido e arrastando um pouco a perna dorida eu ganho coragem para enfrentar a realidade. Os meus passos são estranhos e descoordenados devido à minha dificuldade de dobrar a perna. Isto é frustrante. Eu odeio estar limitada ao movimento. Faz-me sentir presa e de certo modo indefesa. Entre tentativas de andar normalmente e tentativas de não derrubar os móveis eu chego à ilha da cozinha onde se encontram dispostos alguns recipientes
-Estás acordada.- A voz doce de Maura desperta-me dos meus desvaneios, e a esta segue-se Bobby.
-Bom dia.- Eu sorrio-lhes.
- Já tomaste o pequeno-almoço?- Ela inquere-me enquanto começa a remexer em alguns armários.
-Não. Mas eu vou preferir apenas algumas bolachas se não se importar.- Digo cordialmente.
-Claro que não querida. Esta casa já é praticamente tua.- Ela sorri-me carinhosamente e estende-me o pote das bolachas. Durante estes ultimo dois meses tenho criado uma espécie de relação amigável com os residentes desta casa. Ou em parte deles. Maura e Bobby são muito simpáticos e acolhedores e fazem-me sentir como se estivesse num local assemelhado à minha própria casa. Embora não esteja tanto tempo com eles, excluindo as refeições.
Agarro em algumas bolachas acastanhadas com pepitas de chocolate mais escuras e agradeço acenando com a cabeça. No meu máximo esforço de andar normal, abandono a cozinha e saio da casa. A chuva com que acordei já tivera parado, no entanto o céu encontrava-se nublado. Eu preciso de um pouco de paz e de tempo de reflexão. Um local onde apenas esteja eu e alguém que me possa entender.
Lentamente caminho pelo campo verdejante, mordiscando algumas bolachas e evitando os montes de excrementos dos cavalos. Sento-me ao lado da pequena elevação de terra molhada já com algumas ervas a despontar pela mesma. Sinto o meu rabo ficar húmido devido ao solo se encontrar molhado mas não é algo que me preocupe de todo. Lançando a última bolacha para a minha boca levo o meu indicador à terra rabiscando sobre ela e formando as palavras “ R.I.P Sunlight”.
-Eu sei que não me podes ouvir e abanar com a cabeça ou até mesmo relinchares em resposta… mas eu não sei com quem mais falar. Tu eras o meu ultimo suporte e… fazes-me falta acredita que fazes.- Eu começo por dizer.- Depois do que soube ontem eu… eu tenho tanto medo Sunlight. Eu tenho tanto medo e… tu não estás aqui para me ajudar a supera-lo. É tão estupido eu estar com medo que ele me mate quando eu sinto que se ele fizesse isso faria um favor ao mundo.- Rio sem graça.- No entanto eu tenho medo. Eu não sei se foi do choque que aquilo causou em mim. Se foi de sentir a adrenalina da pequena perseguição de que fui alvo. Ou se foi mesmo de ter descoberto parte da pessoa tão distorcida que o Niall é. – Eu sinto-me demente ao estar a falar para o vazio. Mas é quase como se sentisse a figura de Sun ao meu lado.- Eu apenas… ajuda-me Sunlight. O que faço?- Inquiro enquanto remexo em alguns fios de erva. O silêncio é tudo o que se houve. Nada de respostas. Talvez fosse algo a que me devesse remeter. Nada. Não fazer nada? deixar simplesmente passar como se nada tivesse acontecido? Talvez…
Mas como eu odeio os “Talvez” eu nunca tomo essa decisão. Eu não posso estar com o Niall como se nada fosse. Mas pensando bem eu nem estou com ele tantas vezes assim. Por isso eu acho que não deve ser tão difícil assim. Eu espero.- Obrigada, mesmo não falando continuas a ser um conselheiro incrível. Eu amo-te Sunlight nunca te esqueças.- Levanto-me e espano a minha roupa um pouco molhada. Lanço um último olhar à elevação de terra e sorrio levemente. Ele podia ser apenas um cavalo. Mas era o meu melhor amigo.
Viro-me lentamente e revolvo o caminho com uma ligeira dor na perna. Encaro o céu nublado e presumo que vá voltar a chover em breve devido ao tom acinzentado que este possui. Quando os meus pés entram em contacto com o padoock o meu olhar foca-se na figura à minha frente e sinto o receio enlaçar o meu coração enquanto a minha garganta seca.
YEYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY aqui está. Bom... não é nada de especial. é so mesmo para entenderem mais um pouco doque a Summer esta a sentir e... eu aj tinha saudades de uma pequena presença do Sunlight :'( tenho tantas saudades dele buahhhhhhhhhh bom... quem é a figura que está em frente a ela? Palpites???? u.u
awww muito obrigada pelas quase 4K leituras, 214 comentarios e quase 400 votos :OOOOOOOOOOO eu vou ter um ataque meu deus, voces são fantasticos!!!!!!! muito obrigada <3
Podem dar uma espreitadela numa fic de uma grande leitora? eu vou dedicar-lhe o capitulo ela é a pudimcomcaramelo e a nova fic dela é a One Love One Life ;) leiam, pode ser que gostem (já li uma outra fic e a-do-rei :)
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Stay ➵ N.H
Teen Fiction-Ela apenas desejava que alguém fosse o ficar de que precisava.-