77, parte 2 - ESSA É DE QUEBRAR A CARA KKKKK (A DO THÉO KKKKKK)

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Então, Meia-Noite agora?


Meia-Noite, exatamente.


Ah, bem...

O feiticeiro estava preocupado. E estranhado. E nervoso, também, porque sabia que Olhos de Fogo não tinha lhe chamado para nada, e ele temia que alguma coisa muito, muito ruim fosse acontecer. Se estava certo? Provavelmente não, porque ele é um paranoico do CÃO.

Os passos da dupla nos corredores eram mais altos do que a conversa da sala. Nosso feiticeiro nunca ficou tão feliz de Edgar ter conversado com alguém. Os outros feiticeiros pareciam ter captado a ideia de que o abençoado era indefeso – e, sem Olhos de Fogo, Edgar poderia explicar um pouco mais da bênção para os outros. Ele iria gostar disso...

Meia-Noite deu um sorriso mínimo no rosto. Os olhos de Edgar se iluminavam sempre que ele começava a falar de algo que gostava – e a reação dele com aquela baleia...

... Acho que eu devo ensinar magia para ele. Ele iria gostar, não?

Awnt... Q-quer dizer, foco, foco!

Olhos de Fogo parou de frente para uma porta, abrindo-a e gesticulando com a mão, convidando Meia-Noite para entrar no... Escritório? Tinha cara de escritório. O feiticeiro entrou no lugar e escutou o ruivo fechar a porta. "O quê houve?", perguntou, sério.

"Eu só... Preciso conversar", respondeu Olhos de Fogo, que não se deu ao trabalho de ligar a luz. As janelas abertas já davam iluminação o suficiente. "Pode se sentar. A casa é sua".

Meia-Noite não falou nada. Apenas usou um pouco de magia para puxar uma cadeira e se sentar, enquanto o ruivo se jogava numa poltrona, mais afastada.

O escritório era... Bonitinho. Tinha uma mesa com um monte de tralhas, várias estantes de livros, algumas poltronas, quadros na parede... Um lugar de trabalho. Ou algo do tipo.

"É sobre Opala?", perguntou o feiticeiro.

"Tipo isso. E mais um monte de coisa, também".

Ah, droga, já bastava o estresse da Opala ter tido que explicar tudo...

"Você sabe o quê significa para um feiticeiro poderoso falar o seu nome? Seu nome real?", perguntou o ruivo, e Meia-Noite arqueou as sobrancelhas.

"É um gesto de confiança", respondeu. "Por quê?"

"Eu... Confio em você", murmurou Olhos de Fogo, evitando encarar o rosto do... Amigo. Isso, amigo, apesar de Meia-Noite ainda não ter totalmente processado que eles eram, de fato, amigos. "Desculpa, é só um pouco estranho. Tudo isso".

"Você não precisa falar o seu nome. Sabe que eu não falarei o meu".

"Eu não quero o seu nome, ele é seu. Eu só preciso que alguém me chame de Matías ao invés de Olhos de Fogo".


Nosso feiticeiro arregalou os olhos, fitando o colega. Não era coisa que alguém simplesmente fazia. "Você... Só... Entregou seu nome, dessa forma?", perguntou-o, mesmo sabendo que aquilo havia sido exatamente o quê acabou de ocorrer.

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora