67 - E vamos de piripaque

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Olha, francamente, é muito bom estar de volta no meu lugar de direito, sendo bem honesta

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Olha, francamente, é muito bom estar de volta no meu lugar de direito, sendo bem honesta. A cadeira do Narrador é gigantesca e estranha.


A sua é composta por uma série de travesseiros costurados um no outro e apoiados em um suporte flutuante, minha amiga.


Bem, sim? Conforto ao máximo para os olhos flutuantes! Não tenho culpa se você tem um tronco, braços, pernas e uma cabeça! Felizmente, sou isenta do fardo de um corpo bobo. A vida é muito mais prática quando se é eu.


Devo falar à nossa bela joia que a senhorita uma vez amarrou por acidente os próprios braços, ou das incontáveis vezes que perdeu um deles?


Isso não vem ao ponto! A bela joia só tem que saber que...


... Que?


Que Meia-Noite está desesperado!

Já havia saído da mansão de Olhos de Fogo, fazia um tempo já. Havia executado outro sequestro, tentando ignorar o fato de que alguns feiticeiros (lê-se todos) haviam lhe entregado pequenas lembranças como agradecimento por ele ter cuidado de todo mundo. Foi bem bizarro, já que ele ainda não confiava neles, mas não pôde deixar de sentir-se muito grato.

Enfim, não era este o ponto, tampouco o fato de que Angélica estava muito estranha e não queria falar disso com ninguém, ou da questão de que Meia-Noite resolveu fazer alguns tecidos mágicos para ver se aquilo melhorava pelo menos um tiquinho da situação e acabou quase explodindo a própria cara (mas funcionou um pouco! Angélica acabou rindo um pouco e se empolgou com um novo projeto, apesar de... Bem, tudo), ou da visão de Tyna aprendendo magia por conta própria numa velocidade que o deixava meio enciumado, porque ele era o professor dela, mas sim de que...

Bem. É algo grave.

Ele respirou fundo, tentando se controlar. As mãos estavam um pouco trêmulas, e o coração, acelerado. Analisou-se no espelho, temendo a própria aparência. De um dia para o outro começou a observar muito mais "defeitos" no rosto do que acreditava ter (como se ter acne fosse algo sobrenatural).

Passou levemente a mão pelos cabelos, engolindo em seco.

"O Edgar não vai notar nada disso, você sabe, né?"

"Eu preciso parecer minimamente elegante, princesa".

Valentyna bufou ao seu lado. "Vocês são amigos. O Edgar não liga pra aparências. Do jeito que ele fica todo alegrinho falando com você, eu acho que talvez ele já esteja começando a gostar de você desse jeito".

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora