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adendo_04 {

narradores: Narradora, Daisy

narradores colaboradores: AUTORA, ENTIDADE

período: noite após a queda de JOANNE ATROPA

}

Aquele lugar era importante para os dois.

Não era necessariamente por ser uma ruína com toda uma história popular por trás, mas pelos momentos que passaram nela. Pela história deles.

Primeiro algumas conversas ao acaso, para evoluir para quando passavam horas no telhado, observando o céu e falando de bobagens, até resolverem visitar o local com frequência sempre que iam viajar em alguma região próxima.

Aquelas ruínas eram basicamente um santuário de memórias para a dupla. E Érico sabia que, de todos os locais que Matías poderia estar, seria naquele, mas só depois das oito da noite. Era o horário em que costumavam aparecer para conversarem, no final das contas.

Érico caminhava pela floresta, e estava nervoso. Assustado, também.

... Ele se sentia culpado. De ter medo, daquela forma, mas não era como se ele pudesse evitar. Qualquer um ficaria com medo de confrontar uma pessoa querida caso ela fosse uma criminosa e tivesse quase matado alguém com o puro ódio.

Segurava o cajado com mais força do que precisava. Uma das pontas se iluminava, mostrando o caminho e lhe protegendo das criaturas que habitavam a floresta.

Esperava que tivesse sido um equívoco, um desentendimento. Matías não seria capaz daquele extremo - podia ser violento, sim, mas naquele ponto...?

...

Érico logo surgiu de frente para as ruínas.

Olhou em volta, procurando algum tipo de planta ou tijolo solto pelo qual pudesse subir. Aquilo não demorou muito tempo - são ruínas, só o que tem é pedra solta e planta crescendo pelas colunas.

Érico escalou sem dificuldade alguma, chegando no telhado num último pulinho. Ergueu o rosto para ver o céu noturno, adornado com estrelas e sem Lua alguma. A vista era bonita, apesar das circunstâncias em que estava.

Abaixou o olhar, focando-se no telhado. Os furos eram os mesmos de sempre, mas Matías não estava no canto em que adorava.

Érico virou-se para trás, encarando os lados. Não havia ninguém... Talvez Matías estivesse em outro lug-

Sentiu mãos quentes lhe segurarem os pulsos com gentileza.

Érico arregalou os olhos e virou a cabeça para trás, apenas para dar de cara com o rosto de Matías. O rosto sorridente e iluminado de Matías, que o segurava como fosse o convidar para dançar. E os seus olhos verdes estavam iluminados e vívidos, vívidos demais para um manxúrica.

Matías parecia que iria lhe ter abraçado por trás, mas apenas continuou segurando os seus braços. "Hm-hm, que vento, não?", indagou o rapaz. "Empolgado de me ver, Érico...~?"

"Ah, talvez um pouco.", Riu. "Mas não parece ser isso, não. A noite só está fresca, mesmo."

Ah, o Érico de sempre. Aquilo era parcialmente mentira, mas ele nunca iria admitir que, pela surpresa, fez o vento soprar um pouco mais forte do que deveria. Sorriu leve, quase se deixando amolecer por alguns instantes, até se recompor e lembrar do porquê estava alí.

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora