90.2 - O Conto do Batom (e outras histórias- espere, isso é clickbait?!)

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"Mas vai ser divertido, eu acho. Talvez não seja. Mas tomara que seja", Théo repetiu, no dia seguinte, se encarando no espelho enquanto passava remédios no olho. "Emanuel já vai deixar tudo interessante, e vai ser bom para Atalanta sair um pouco".

Valentyna estava no seu lado, passando batom. "Provavelmente vai ser divertido!", disse, obviamente tentando incentivar o amigo a ser positivo. "Imagine a quantidade de coisas que vamos aprender! Talvez eu até consiga uma dica de como usar a bênção que o Girassol Dourado me deu".

"Não há nada nela que eu ache que você precise aprender. É só um... Um boost nos stats".

A menor fez cara feia, ou pelo menos tentou, já que ainda não tinha terminado de passar maquiagem. "Ficou até tarde jogando de novo, seu viciado?"

"Até tarde, vírgula. Foi só até às dez. Opala realmente queria que a gente dormisse cedo", respondeu-a, ignorando a ardência nas bochechas. "Urgh, esse remédio arde...".

"Ficaram jogando o quê?"

"Minecraft", e mordeu os lábios, limpando o remédio que escorria pela bochecha com pressa. "Atalanta ficou mostrando pra gente um castelo que tava fazendo. Tá gigantesco".

"Awn", e a princesa fez bico para o próprio reflexo. "Ela mostrou pra mim também. Achei uma graça... Opala viu?"

"Viu. Ficou toda feliz. Atalanta nem sabe reagir aos elogios dela".

"Parece com o irmão".

"Chata", e encarou a mesa, observando a quantidade de diferentes tipos de maquiagem. "Hm...".

Os olhos se fixaram em um dos batons. Era preto, bem escuro, e exatamente o tipo que às vezes usava, nos raros momentos de extra autoconfiança.

"Acha que eu fico bonito de batom?", perguntou.

"Fica", concordou. "Quer usar qual?"

"Nenhum", e começou a guardar as próprias coisas. "Não tô afim do problema que pode causar".

"É o preço da fama", Tyna disse, finalmente pegando um brinco e começando a colocá-lo. "Tá com medo de falarem besteira?"

Théo mordeu os lábios de novo, sentindo o rosto esquentar. "Não...".

"Então o que é?"

"Edgar pode ficar sujo de batom...".

"Minha santa flor...", Valentyna disse, boquiaberta, enquanto colocava o outro brinco. "Eu ensino um esquema para limparem batom do rosto de um jeito rápido, que tal?"

"Como que você sabe de um esquema desses?"

"Elisabeth me ensinou".

"E–"

"Não pergunta".

Nossa princesa balançou o rosto, os brincos indo de um lado para o outro. Ela deu um sorriso triunfante, nosso feiticeiro terminando de guardar tudo naquele exato momento. "Tá pronta?"

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora