84.4 - CONFRONTO

243 39 115
                                    

Como que ela sabe do nome dele?!

Eu não sei! Eu tô tentando ver, mas...

Ao contrário dos Helianthus, ela investigara o passado do feiticeiro. Enquanto Edgar tivera que ir de migalha em migalha, perdendo-se no meio de livros sobre Anévoas, objetos antigos e teorias conspiratórias, Joanne tivera todos os recursos do mundo na ponta de seus dedos. Bastou que algum de seus contatos investigasse o local do primeiro sequestro de Tyna para que tivessem uma pista...

Palavras minhas– acredito que ela saiba até mesmo os nomes de todos os parentes de sangue de nosso feiticeiro, coisa que nem mesmo ele sabe!

E a Fortaleza?! Ela sabe onde fica?!

... Não. Oh, graças à tudo, ela não possui a menor ideia de onde a Fortaleza fica. Os feitiços jogados no local são o bastante para impedir isto. Mas, saber o nome de Meia-Noite... É um golpe baixo demais.

... Foco. Nós precisamos ter foco.

...?

Eu quero ver quando o palquinho dela vai queimar, e eu confio o bastante nos nossos queridos para isso. Agora, foco.

... Pois bem. Protagonista?

O salão onde a reunião iria acontecer era circular. Todas as cadeiras estavam ocupadas, e câmeras estavam espalhadas por todos os lados. Jornalistas de todos os lugares observavam tudo com muita ansiedade, e os detalhes em ouro do lugar refletiam a luz do Sol que vinha pelas janelas.

Era a primeira vez que a mesa dos Rosaceae era ocupada em anos e anos. Giz de cera e livros foram colocados sobre ela, para Atalanta e Emanuel. A parte dos Helianthus estava, pela primeira vez em quase cinquenta anos, lado a lado com a parte dos Atropa. Também pela primeira vez, um feiticeiro estava ao lado de uma família real.

Graças à posição das mesas, Meia-Noite tinha conseguido ficar bem ao lado de Edgar e Tyna – mas graças à sua querida família da Fortaleza, ele tinha certeza que mesmo que isso não tivesse acontecido, iria ficar seguro. Comandante era muito inimidadore! Na verdade todo mundo era intimidador, menos Angélica. Angélica é a cota de aparência amigável da família. Tão amigável que quase quebrou os dedos do pé de um moço que tinha olhado para ela de um jeito estranho, mas não é como se a gente pudesse julgar...

A Rainha Helena havia acabado de dar início ao espetáculo. E, sim, espetáculo. É uma palavra bem estranha, bem cruel para ser usada, mas no ponto de vista de todos os adultos dali – com exceção da Imperatriz e dos membros do nosso grupo –, aquela reunião era exatamente isso. Um espetáculo para testemunharem e depois voltarem para casa, agora com a noção de que Opala estava viva.

O quê Helena falou foi típico. "Obrigada por estarem aqui, eis um resumo das últimas 72 horas, hahaha que coisa neah, vem cá Opala".

A Imperatriz, não muito elegantemente, foi até o palanquezinho, um pequeno roteiro do seu anúncio nas mãos – agora com uma florzinha na ponta, presente de boa-sorte de Emanuel. Encarou toda aquela gente, todos aqueles rostos, reconhecendo vários dentre as famílias reais. Quase vinte anos fez muitas mudanças, mas ela sabia quem era quem... Na maior parte das vezes.

Alguns deles já haviam sido os seus amigos, mas depois que de passar meses e meses cuidando e sendo cuidada por um feiticeiro, Opala apenas via pessoas que derramaram sangue demais por motivos mesquinhas demais. Não que ela tivesse sido santa. As memórias das Ruínas ainda estão com ela.

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora