96 - cena de assassinato :)

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eu. NUNCA MAIS. vou escrever um capítulo com dois pontos de vista desse jeito.

Deeeeus do céu, o capítulo 96 todinho deu quase 21k de palavras. quer dizer, o Conto é super-longo, sim, mas 20k de palavras???? num capítulo só???? e nem é o ÚLTIMO???? eu azucrinava a Maria (autora do incrível O Sangue da Heroína) pelos capítulos longos dela, mas hoje eu não só paguei com a língua mas com a minha noção todinha também.

ENFIM, como que vocês estão? se cuidando direitinho? bebendo água, tomando os remédios no horário certo, não se isolando das pessoas e coisas que vocês gostam numa tentativa (cruel) de se punirem por não terem feito as coisas de forma perfeita? espero que sim! você é importante, não me canso de falar isso.

espero que gostem desse final! por favor ignorem o título. a coisa não é tão grave assim, juro juradinho.


"Eu sou tão estúpida".

Valentyna soluçava, quietinha e bem-encolhida, sem coragem de erguer a cabeça e encarar Edgar nos olhos. Tremia sem parar, e grunhia sempre que o abençoado tentava chegar muito perto, apavorada.

"Que desgraça", acrescentou, após notar que a garrafa d'água estava vazia. "Eu tinha que ter me controlado mais...".

Edgar deu um suspiro, sem ter ideia do que falar.

"Eu não quero que meus pais fiquem sabendo disso", ela acrescentou, sabendo que o desejo nunca iria ser atendido. "Agora ninguém vai querer prestar atenção. Eu deveria ter calado a {~} da minha boca".

"Okay, agora chega", cortou, tomando a garrafa d'água das mãos da garota antes que ela a partisse ao meio com os dedos. "Não se xinga, não se culpe. Éramos em três, e nenhum de nós conseguiu controlar a situação até que fosse tarde demais. Alissa foi escrota, você foi arremessada pra lembranças ruins, nada deu certo até agora. Ainda podemos ajeitar as coisas".

"Não depois desse escândalo".

"Por quê?"

"Porque", e fungou. "Ninguém vai me levar a sério. Não que levassem antes. Agora piorou. Não vou conseguir dar aula, já devem achar que tudo isso é uma palhaçada, vamos ter que tentar em outro lugar. Essa classe já era".

"... Mas já?"

"É, Edgar. ".

"Ninguém gostou da discussão. Todo mundo achou que Alissa foi babaca. Ela tirou a gente do sério – não vão julgar você por isso".

"Já estão", Valentyna fungou, tentando cravar as unhas no próprio braço. Edgar a impediu ao puxar as mãos da garota para longe, ignorando a encarada feia. "Tá todo mundo conseguindo dar aula sem problema algum. Só eu que ganhei problemas".

"Eu não teria muita certeza sobre isso...", o abençoado a respondeu, olhando ao redor do corredor vazio. O Sol que entrava pelas janelas queimava.

"Isso é a bênção, ou você querendo me fazer me sentir menos escrota?"

"Pelo amor da Santa Imani, para de ficar se xingando, garota", brigou, revirando os olhos. "Você realmente acha que as coisas estão dando certo pra todo mundo, menos você?"

"Não foi isso o que eu quis dizer".

"Mas foi o que falou".

"Me deixa!"

Os olhos da garota piscaram em um amarelo-forte. Ela sacudiu a cabeça, agora ainda pior do que antes.

"Todo mundo tem problemas. A diferença é que eu tenho um jeito para piorar os que nós já temos". Valentyna enxugou o rosto, colocando os cabelos para trás e fungando, dando um peteleco na mão de Edgar quando ele, novamente, tentou se aproximar. "Os sequestros, a Profecia, a situação toda antes do Théo quase morrer...".

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora