CHAMADO == VERDADEIRO

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> bom dia/tarde/noite/madrugada, LOCUTOR

hM, hM, hMmmmMmm...

> solicitação narrativa pendente. deseja abrir?

~¿

S[X] N[ ]

> abrindo...

~

SOLICITAÇÃO NARRATIVA

narre desespero de vitoriaregia_ant_matias_salvador

FIM

~

oᴚɐ' oᴚɐ' oᴚɐ˙˙˙

sǝuʇın sɐnpɐpǝs pǝ ɯıɯ~¿

> alteração é necessária na linguagem

ɐɥ' bnǝ ʇoןo˙˙˙

P0IS b3m... Devo?

> afirmativo

É claro.

Ora, senhorita. Por quê eu?

Apropriado.

Hm-hum, é claro... Devo me–?

Correto.

Pois bem... Isto será peculiar~.

.

..

..

P4R4 A DUR4Ção deste adendo, diga adeus aos sensos de conforto e normalidade. Os olhos que às vezes conseguem ver o outro mundo não se encontram aqui, cada um repousado em seus aposentos, aguardando até seu próximo chamado, bem-protegidos por sonhos sem desavença alguma. Seus corpos frágeis estão se recuperando do cansaço.

Você deve saber que o corpo humano não foi moldado para a noite. Seus olhos se desenvolveram para se erguerem aos céus azuis, banhados de nuvens, pretendendo que elas não lhes lembram de tempestades e que seus olhos um dia não mais aguentarão permanecerem abertos. Optam por deixarem o calor do dia abraçar-lhes, reservando à noite o direito de repousar.

Mas, e quando um humano se recusa à ver o que seu corpo foi feito, e se volta para lugares que não sobreviveria? Quando ele rejeita sua natureza em prol de segurança falsa e horrores inevitáveis? Que acontece, com aqueles obrigados à se voltarem para a noite para sobreviverem? Conte-me, tais perguntas lhe lembram de algo? Talvez, apenas talvez, de suas próprias experiências?

É claro que lembram. Você é uma criatura humana. Humanos são todos assim... Não são? Adaptam-se. É algo admirável, não concorda? Adaptar. Nem mesmo a noite será hostil para todo o sempre. Eu sei, pois faço parte dos primos desta. A questão é, quando que esta adaptação se torna algo pavoroso, o que irá restar do indivíduo? Quando ele rejeita a própria humanidade, do que pode ser chamado? Ou, ainda, o quê sentirá? Você possui nomes para este tipo de ser? Eu possuo.

Meu nome é Locutor, e, por pedido da madame, vigiarei este caco quebrado de história. Meus irmãos – e colega – estão repousando. Acredito que a Narradora e o Narrador tenham mencionado meu nome aqui e acolá, mas apenas uma ou duas vezes. Três, caso sejamos generosos. E apesar de admirar o trabalho narrativo dele, uma história assim não foi moldada para mim. É de saber comum que minhas garras tornariam isto tudo um pesadelo, não uma fantasia. Não estou reclamando, pois narro bem os horrores que me entregam.

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora