(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro Maligno

81 (parte 3) - tão sentindo isso aqui? até arrepiei

Horácio cumpriu a ordem, assim, ó, rapidinho. Comandante ficou tode alegre ao receber o novíssimo arsenal, apesar de saber que seria apenas temporariamente.

Edgar foi para a carruagem em passos rápidos, e os títeres logo saltaram para fora. "Longa história, mas a gente vai parar pra descansar. Horácio, o meu antigo professor, deu uma surtada, mas Valentyna o botou no lugar. Os cavaleiros tão só o pó da rabiola".

"Ótimo!", Uyara disse, rindo. "Quem quer ver quem vai assustar eles primeiro?!"

"Comandante já ganhou, eu acho".

"Puff, você não me conhece! Agora vamos, vamos!"

Edgar sorriu para todos que estavam dentro da carruagem. "Você tem certeza de que é uma boa ideia levar a carruagem para lá?", Meia-Noite perguntou.

"Eu vou te proteger", Edgar lhe assegurou. "... A sua reputação como feiticeiro tenebroso também vai".

Foi o bastante para o nosso feiticeiro ficar um pouco mais tranquilo – isso, e Opala lhe acariciando a cabeça como se ele fosse uma criança. Enfim, a promoção a filho adotado aparecendo.

Quando a carruagem chegou, toda cheia de títeres e toda bem-decorada, todos os cavaleiros arregalaram os olhos. E então Edgar sentiu a respiração de alguns ficar presa quando Opala Rosaceae saiu, ao lado de Emanuel e Atalanta.

Elisabeth foi a próxima. Outra série de gente chocada.

... O restante do grupo também foi uma surpresa, mas, infelizmente – ou felizmente – Meia-Noite acabou não saindo. Motivos: Desespero. Então Edgar apenas se certificou que todos estavam bem, enquanto Valentyna explicava a versão resumida e menos desesperadora da história, e foi-se para dentro da carruagem.

"Cavaleirozinho...", Meia-Noite murmurou, assim que o viu. "Está tudo bem lá fora?"

Nosso abençoado exibiu um sorriso largo no rosto, sentando-se ao lado do namorado, aliviado por finalmente terem um momento a sós. "Tudo indo certo. Você tinha que ter visto a cara do Horácio! Eu pagaria para ver aquilo de novo...".

Meia-Noite segurou-lhe as mãos, a cabeça gentilmente inclinada em sua direção. "Eu escutei os gritos. Eu fiquei... Preocupado".

Edgar acariciou as mãos dele, gentil, com segurança. "Horácio vai ser punido por isso, não se preocupe, tá? Eu tô aqui".

O casal encostou as testas uma na outra. Edgar momentaneamente fechou os olhos, notando o quão quente Meia-Noite estava, e, então, relembrou-se do ocorrido de hoje cedo.

Engoliu em seco, uma agonia retornando com força total. "Meia", sussurrou, tão baixo que, por um instante, achou que não tivesse dito nada.

"Sim?", o mais alto perguntou, agora segurando as mãos do abençoado com ternura, desesperado por mais atenção e por um tempo para poder respirar. "... Ah...", soltou, lembrando-se de algo. "... Pode me chamar de Théo. Quando não estivermos perto de estranhos".

Edgar sorriu. "Théo", sussurrou, de novo. "Combina com você, sabia?"

"Acho que você já me falou isso, cavaleirozinho", Théo o respondeu, doce. "Você queria falar alguma coisa...?".