1 - Ah sim, introduções de personagens e pans e a coisa toda e tals

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Era uma vez...

Não, cruz-credo, que horror, que coisa mais sem-graça, mais desanimada! Não...

ERA UMA VEZ...

Também não, parece aquelas coisas que fazem, tipo "ERA UMA VEZ, um grande reino", e eu odeio quando fazem isso, parece que colocaram um filtro meia-boca na voz! É preciso ter ânimo pra isso, muito ânimo!

ERA!

UMA!

VEZ!

... Não. Só... Não. De jeito nenhum! Olhe, cansei dessa ideia de "era uma vez", que coisa mais chata, não acha? Eu tenho é certeza. Então!

Eu poderia começar com um típico "era uma vez", ou, ainda, iniciar com uma longa, entediante e desnecessária explicação sobre como os reinos se tornaram o que são atualmente, sobre como cada um possui uma flor mágica que lhe dá força e proteção, ou sobre como a princesa Valentyna, do Reino dos Girassóis, é uma das pessoas mais bondosas e bonitas de toda a realeza, sempre pensando no próximo e tudo o mais.

É.

Eu poderia.

Mas eu não quero.

Porque, primeiramente, uma descrição dessas para a coitada da Tyna é uma idealização: Algo irrealista, estúpido e que deveria ser jogado pela janela. Não, nada de idealizações para a princesa; Trabalhemos com verdades, pois de mentiras essa história está cheia.

E, é claro: Quem se importa com os outros reinos? Provavelmente só um ou dois irão aparecer, no máximo! Então tudo o que você precisa saber, até agora, é que tudo começou no Dia da Lágrima Dourada.

O dia amanheceu absolutamente normal, e, como era de se esperar, o céu estava sem nuvens. O Sol refletia sob as pedras do Palácio das Luzes e invadia o quarto da princesa como se estivesse falando "ACORDA PRA VIDA, MEU AMOR".

Bem, era para estar dizendo isto, mas a princesa não estava no quarto – que na verdade era uma suíte -, tampouco no banheiro, ou na sacada, ou no teto do cômodo, como costumava ficar quando queria se isolar ou assustar alguém (havia uma passagem escalável para os girassóis de pedra que o enfeitavam).

A Rainha Helena, dona do trono, já estava era furiosa quando chegou batendo na porta, gritando que eram—

"VALENTYNA!", gritou. "JÁ SÃO NOVE HORAS DA MANHÃ!"

Sem resposta, porque a bendita princesa não estava no bendito quarto. E, notando o silêncio, a matriarca resolveu fazer o que sempre fazia: Abrir a porta com tudo, causando um estouro, e procurar pela filha.

Notou que a cama estava arrumada e estranhou. Também reparou que ela não estava no teto, o que era bom, pois aí Valentyna não corria o risco de cair, quebrar o pescoço e morrer — a Rainha se preocupava muito com isso —, e, depois de dar uma olhada no banheiro, na sacada e no closet da princesa, bufou.

A filha tinha "dado uma saída" de novo.

Que ótimo.

XxX

Horas antes de receber provavelmente a melhor notícia que receberia nas próximas semanas, Edgar tinha acordado de um sonho muito, muito, muito bizarro.

Ele não era igual Tyna, que vivia comentando sobre "os significados ocultos dos sonhos" e tentando ver se era algum tipo de vidente; O cavaleiro sempre acreditou apenas naquilo que conseguia ver, mas escutava atentamente a fala da amiga, porque sempre ficava curioso com o que os seus sonhos poderiam significar. Mas aquilo? Era coisa que só acontecia em história, o que é bem irônico considerando a nossa situação.

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoOnde histórias criam vida. Descubra agora