Resumão da reunião com o presidente:
Burocracia, vontade de morrer, explicação da mesmíssima coisa pela terceira vez, reação quase idêntica pela terceira vez, explicação do plano, homem de 50 anos (lê-se: Presidente) quase soltando rojão pra comemorar uma possível vitória contra a Joanne, guardas quase morrem ao verem Meia-Noite e Opala. Ah, e também teve aquela hora com um monte de jornalista aparecendo. Foi assustador, mas vários cavaleiros conseguiram manter eles em uma distância bem menos claustrofóbica do que o costumeiro.
Edgar não queria ter raiva de ninguém, até porque ninguém sabia da situação de Meia-Noite, mas NOSSA, que coisa que deu RAIVA! É óbvio, o próprio abençoado ficou muito incomodado com toda aquela barulheira, e pergunta pra cá, pergunta pra lá, e era tanta coisa, ficou difícil até de processar tudo!
No final, deu tudo certo para o pronunciamento geral. Isto, no caso, significa "ninguém desmaiou e Meia-Noite pôde ficar isolado em um canto junto de Atalanta". Edgar teve que ficar perto do palco por algum motivo idiota que ele se esqueceu cinco minutos depois, ao lado da Imperatriz Opala e de Tyna...
O local estava carregado de pessoas, em sua maioria jornalistas, todos ansiosos pelo que seria dito. Até mesmo a menor das frases poderia desencadear uma reação indesejada, ao menos nas palavras dos mais velhos das famílias reais. Aquela ideia havia sido o suficiente para deixar nosso mais querido cavaleiro em uma certa angústia, temendo pelo pior. E todos aqueles barulhos, todas aquelas coisas ocorrendo ao mesmo tempo, tudo era demais. Vinha por todos os cantos, desorientando-o. Era terrível!
Havia sido por causa disto que, quando o silêncio reinou, Edgar engolira em seco e momentaneamente sentiu uma vertigem. A visão ficou embaçada por uma mera fração de segundo, o bastante para piorar seu estado emocional.
Com a boca seca, passou a respirar lentamente, com uma calma que quase não lhe pertencia mais. Irá ficar tudo bem, dissera para si mesmo. Ninguém vai notar o seu nervoso. Você sabe disfarçar suas expressões em situações assim. Tá tudo bem, prosseguira, bem devagar, para não piorar seu estado.
Quando a mente encaixou-se novamente, escutou o seguinte:
"Passarei minha palavra para a Imperatriz Opala Rosaceae, das Ruínas das Rosas".
A voz suave de Helena quase não combinava com o quão ameaçadora a mulher havia sido, trinta minutos atrás, quando encarou nosso amado trio e dissera, sem filtro algum, que apenas Opala deveria falar. Em nome das aparências havia sido a sua justificativa, e em nome de não ter que lidar com o constrangimento de lhes dar voz havia sido a real intenção.
É nessas horas que sinto profundamente por Valentyna... Não havia sido a primeira vez que sentiu que era um constrangimento por si só. E Edgar, nosso querido Edgar, queria apenas poder abraçar a irmã e lhe falar que não precisava da aprovação dos pais para tudo.
Oh, bem... Devo parar com os meus lamentos, sim? É necessário continuarmos, da mesmíssima forma que Opala continuou com seu gentil discurso. O tom de voz era firme e aliviado, quase feliz, por finalmente poder comparecer em público. Edgar imaginava a expressão que Joanne Atropa deveria estar fazendo... Provavelmente uma deveras satisfatória!
"É com alegria que anuncio que, ao final de tudo, o Reino dos Girassóis acolherá a minha família", dizia. "É claro, meu desejo real é o de retornar ao meu reino, à minha casa, e o ajudar. Mas, caso faça isto, serei morta. Não por armas de fogo, lanças ou explosões, mas por criaturas feitas de corrupção que desejam ver a minha dor. Não morta, apenas em sofrimento. Eu e meu filho possuímos cicatrizes causadas por eles. E temo que minha presença poderia também ferir quem eu falhei em proteger".
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(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro Maligno
FantasyO feiticeiro "maligno" acaba de sequestrar uma princesa por acidente! Para piorar, ele se apaixonou à primeira vista pelo cavaleiro que veio salvar ela, e, ainda por cima, ele não consegue se comunicar com qualquer pessoa! Agora, cabe à Valentyna H...