Capítulo 29- Sua Dama, Trapaceira.

86 13 1
                                    

~Narrador~

Assim que terminou suas obrigações, por volta de 19:00, Clara pegou o seu chapéu, caminhou rumo a porta e assim que pegou no trinco, a voz firme de Peter a faz parar.

- Aonde acha que está indo sem mim?

- Vou ao cassino.- respondeu Clara se virando para encarar os olhos vermelhos vibrantes do homem.

- Deixe-me adivinhar, é aquele rapaz da outra vez?- pergunta Peter sarcasticamente.

- Rapaz? Sejamos realistas já se passaram quase 90 anos desde que afirmamos, o prazo vence hoje, naquele mesmo cassino.- Debocha ela.

- Pois bem, divirta-se.- disse Peter virando as costas e seguindo para a cozinha.

No corredor Calebe espreitava a cena, ao vê Peter se afastando da morena e seguindo em sua direção o loiro para Peter segurando seus ombros e diz:

- Você vai deixar ela ir sozinha?

- Não tenho mais chances, você mesmo viu o anel no dedo dela.- confessou o moreno tristemente.

- Devo lembrá-lo, pequeno animal, que ela ainda não disse sim no altar? Que ainda não tá tudo perdido?- assegurou Caleb com uma voz firme.

- Será?- perguntou Peter.

- Pequeno asno vai e confia em mim.- disse o loiro já irritado.

Peter balançou a cabeça dizendo:

- Eu vou me arrepender de confiar em você.

- Talvez sim, talvez não. Não tem como saber se não tentar.

Usando magia, Peter se teletransporta ao cassino, Clara estava sentada em uma mesa vestindo calças pretas e uma camisa branca, todos a observavam admirando a sua ousadia, de repente Clara puxa um cigarro do bolso, assim que coloca na boca os homens que estavam por perto lhe ofereceram cada qual seu isqueiro.

Ao perceber as intenções deles Peter se aproxima por trás da cadeira aonde Clara estava, ele se debruçou sobre os ombros da morena, acendeu o cigarro na boca dela usando apenas o dedo, assim que ela respirou a fumaça Peter pousou um beijo atrevido nos lábios dela, quando suas bocas finalmente se afastaram Peter deixou a fumaça que estava em sua boca sair com um sorriso sedutor nos lábios.

Enquanto todos no enorme salão se entre olhavam embasbacado com os recentes acontecimentos, um pequeno senhor entra acompanhado de dois homens altos e fortes, assim que reconheceu Clara, o velho sentiu suas pernas cederem, mas rapidamente ele se recuperou, tira o chapéu e anuncia sua chegada.

- No mesmo dia e hora marcados, a senhora é bem pontual.- disse o velho com o medo disfarçado na voz.

- Como vai Luke? Tudo que me pediu se realizou?- Disse Clara confiante

- Ah, sim. - respondeu Luke sentindo o arrependimento invadir o peito.

- Sente, tenho uma proposta a fazer.- disse Clara surpreendendo o velhote.

- Pois bem, diga.

- O senhor sabe que ainda hoje o senhor morrerá, e que contra isso eu não posso fazer nada.

- Claro. - concordou sentindo o peso na consciência

- Entretanto, eu gostaria de te fazer uma proposta, vamos jogar um simples truco, se o senhor ganhar eu abro mão da sua alma, isso é, poderá ter o perdão e ir para o paraíso.

- Eu aceito- disse ele quase que imediatamente- mas o que ganhas se eu perder?

- Bom se você perder você se tornara a encarnação do pecado capital.- respondeu a mulher pra depois tirar um gole de seu vinho.

- Bom, não tenho mais medo de arriscar

Aos poucos todos do ambiente se amontoaram em volta da mesa para ver a misteriosa mulher jogar com aquele senhor que já passava dos 100 anos. A mulher tirou da manga de sua camisa uma pequena pilha de cartas negras, tudo era igual ao clássico baralho de cartas, exceto pela falta do rei, da dama e do valete, que logo foi sentida pelo velho Luke.

- Está faltando cartas.

- Não, elas estão aqui.- disse a mulher colocando 12 cartas sobre a mesa.- Veja, a dama será representada pela morte, o rei pelo anjo e o valete pelo Spike! Ou seja um demônio.

Todos prestavam mais do que a simples atenção no jogo, estavam vidrados e empenhados a entender o que realmente estava acontecendo.

Enquanto isso, na mansão Phantomhive, Ciel já havia lido a carta de seu pai, estava deitado na cama pronto para dormir, mas, o sono não apareceu, o jovem conde repetia em sua mente diversas vezes o que realmente significava "aposte até a sua última ficha, afinal eu não morrerei por acaso".

A frase a princípio, parecia vazia, sem significado algum, até que Ciel se lembrou do cassino que ficava perto da mansão, talvez eles tivessem a resposta para aquela questão. Rapidamente ele chamou Sebastian, disse seu plano e acrescentou:

- Não importa o que precise ser feito, se perceber que alguém pode dar alguma pista sobre meu pai, consiga de qualquer maneira!

- Yes, my lord.

Sebastian parou perto da janela, o vento levantou a cortina e quando ela parou, o mordomo já não estava mais lá.

Depois de um jogo acirrado para os espectadores, mas entediante para a dama de companhia, Clara venceu, e levou consigo a alma de Luke. A multidão aos poucos se separava, Peter teve certeza de que aquela era a hora ideal para declarar seu amor para Clara.

- Minha senhora eu...

- Agora não Peter- disse Clara o deixando para seguir um vulto de alguém que lhe lembrava Sebastian.

A pessoa saiu do cassino e foi seguida pela morena, a luz era pouca, mas Clara o reconheceu instantaneamente, a pessoa realmente era Sebastian, nos seus braços havia outra mulher, agarrada ao paletó do mordomo como se a vida dela dependesse daquilo. Clara ficou sem chão, Sebastian não a viu, pois obviamente estava ocupado demais cobrindo aquela completa desconhecida de beijos.

Peter apareceu logo depois, quando ele viu aquilo não deixou de sentir tristeza por Clara, ela se virou espantada e o abraçou forte, Peter retribuiu e depois desapareceram do estabelecimento.

Clara estava frágil novamente, ela sabia que o único que podia vê-la naquele momento era Peter, ali ela entendeu que Peter era seu único refúgio, seu único abrigo.

- Eu sei que é um momento complicado, mas se eu puder ajudar, é só me dizer - sugeriu ele.

Então Clara finalmente entendeu, ela nunca considerou dar uma chance a Peter, por mais que ele a amasse.

- Peter, quando me disse que lhe incomoda ter relações com outras mulheres, você estava falando sério?

- Eu nunca menti pra você, mas sei que é impossível o nosso relacionamento...

- Posso tirar a sua roupa e tocar seu corpo, hoje?

Peter sentiu a ansiedade invadir seu corpo, surpreso com aquele convite inesperado concordou sem pensar.

Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora