Clara entrou silenciosamente, viu Angela batendo em Sebastian, curiosa, ela se aproxima sem ser vista, senta um uma cadeira e se serve de vinho enquanto observa a cena.
Quanto mais Angela batia, mais ficava nervosa por não conseguir arrancar nenhum lamento, ou qualquer sinal sofrido de Sebastian.
- Ele não moverá um músculo,você vai apenas se irritar, logo criará rugas e ficará velha.- diz Clara se levantando.
- O que um ser imundo como você faz aqui?!- grita Angela.
- Sou uma obscura, mas você pode me chamar de titia.
- Sua nojenta! Podre!! Como pode falar assim? Você não pertence ao meu mundo!!
- Tens razão, sou parte de um mundo melhor, superior a esse que você e o pervertido do seu irmão construíram.- provoca Clara.
Ela vai andando em direção a Sebastian, Clara pousa suavemente as mãos no rosto dele, o mordomo acaricia o próprio rosto nas mãos dela. Sebastian parecia um gatinho que foi abandonado a própria sorte.
Um estalo ecoa pela sala e em um movimento rápido Clara levanta a mão, fazendo o chicote ficar preso, em um puxão ela tira a arma das mãos de Angela, e a encara com olhos assassinos.
- O que você ia fazer? Ia me chicotear pelas costas? Pois bem, se tiver coragem pode tentar me ferir, vejamos do que você é capaz!- desafia Clara.
Clara joga o chicote do outro lado da sala, Angela avança para cima dela, mas a morena a imobiliza no chão, dava para ver a sede de vingança que a consumia naquele momento.
- Que asas lindas você tem "querida sobrinha" ! Deixe eu tocar nessas penas macias.- diz Clara, para logo depois arrancar pena após pena da mulher.
Com o rosto um pouco machucado Clara parou de bater em Angela, abaixou até encostar os lábios no ouvido da mulher e sussurrou :
- Sem suas belas asas você parece uma prostituta.
Levantou e se dirigiu a Sebastian, Angela se contorcia no chão molhado com seu próprio sangue, penas brancas e vermelhas estavam espalhadas pelo lugar, murmurava juras de morte, que foram completamente ignoradas por Clara.
Ash entra, e imediatamente a leva para fora, mas não sem antes fotografar o rosto de Clara com o olhar. Nos pensamentos de Ash ele queria ter certeza de matar a mulher certa.
- Vá.- diz Sebastian com voz fraca.
- Não, eu preciso te tirar daí.
- Vai agora, por favor.
- Tudo bem querido.- brinca ela.
- Até mais, querida.
Ela sorriu e voltou para casa. Ao entrar na mansão Midford Clara foi surpreendida pelo abraço de Peter, depois de solta-la, ele fixou os olhos no rosto dela, para garantir que estava tudo bem.
- Nunca mais saia sem mim, entendeu?
- Calma, calma, não foi nada de mais, depois lhe contarei tudo com mais detalhes, mas agora preciso que me ajude com alguns curativos.
- Ah claro!
Elizabeth observava tudo, antes de Clara chegar ela ouvia Peter repetir inúmeras vezes o quanto estava preocupado, o quanto tinha medo dela morrer, por isso ela não conteve um comentário:
- Eu admiro o jeito que vocês dois se amam, a maneira como cuidam e se preocupam um com o outro, formariam um lindo casal algum dia.
Peter encara Clara, ela devolve o olhar fazendo ele sorrir.
- Quem sabe um dia.- diz Clara.
- Quem sabe agora?- pergunta Peter.
- A-agora? - disse Clara envergonhada.
- Vamos Clara, apenas um beijo, não me esqueci do que você fez na minha festa de noivado.
- Mas senhora...
- É uma ordem!- diz Elizabeth com voz firme.
Clara se aproxima de Peter, ele curva a cabeça, estava próximo, roçava o nariz no rosto de Clara, aquele suspense a deixava louca, percebendo a impaciência dela ele segura o rosto da morena com delicadeza e a beija.
O beijo foi demorado, calmo, suave, naquele momento eles sentiam como se o mundo fosse apenas ele e ela. Clara foi aos poucos se afastando, Peter, mesmo relutante, fez o mesmo.
- O amor não é lindo, Grell?
- Você e até Clara tem sorte! Vocês tem homens que as amam, e eu sem ninguém!!- disse Grell marcando presença.
Clara se dirigiu para o lado de Elizabeth aos risos, Peter soltou uma piscadela para Grell, o que fez o rosto dela se avermelhar por completo.
- Deixando esses assuntos de lado, Will me pediu para eu vir aqui conversar com a Clara.
Grell puxou Clara para um canto reservado e soltou a notícia de uma vez só:
- Tem um traidor!
- Como assim?
- Alguém violou a lei principal, ele está dando vida aos corpos sem alma.
Sem controlar Clara dá um soco na parede ao lado.
- Eu sabia.
- Ainda bem que você contou para o Sebas-chan, ele repassou para Will que iniciou essa investigação.
- Chegaram ao culpado?
- Seja lá quem for foi esperto o suficiente para prever nossa investigação e implantou pistas falsas.
- Vocês não condenaram ninguém injustamente né?- pergunta Clara preocupada.
- Claro que não, as pessoas eram obviamente inocentes.
- Talvez essa pessoa precise apenas de tempo e não de um culpado.
- Verdade!!- disse Grell surpresa.
- Obrigada Grell, fez bem em vir me avisar, como posso retribuir?
- Eu só estava cumprindo ordens, mas já que insiste, podia pedir para o Willian devolver a minha motoserra? É horrível ter que trabalhar usando essas duas tesouras! Um total pesadelo!
- Feito, devolverei a sua motoserra.- concordou Clara. - Mais uma coisa ruivinha, nunca diga nada sobre o fato de Elizabeth conseguir vê-la.
Ela concordou com a cabeça, depois se despediram com um abraço, e Grell sumiu pela janela.
Enquanto Clara preparava o banho de Lizy, organizava o guarda-roupa e arrumava a cama pensava sobre as informações que Grell trazia.
Se esse ser queria tempo e não um culpado era porque queria ser descoberto, logo ele se revelaria por si próprio, mas até lá, ele teria violado inúmeros cadáveres, como não sabiam quem era, ficou impossível deduzir do que seria capaz.
A intuição dela dizia que as criações de Elena estavam envolvidos, Angela e Ash participavam daquilo de alguma forma.
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Por Ela
Fanfiction"Desde que Lizy contratou aquela mulher misteriosa para ser sua dama de companhia ela anda diferente." - Ciel. Elizabeth, uma jovem garota de 17 anos prestes a se casar com o rapaz a quem seu pai prometera a sua mão quando ainda era apenas um bebê. ...