Durante a cerimônia o ódio de Peter por Sebastian apenas crescia, a cada segundo ele imaginava uma forma diferente de torturar o mordomo até a morte. Por outro lado Sebastian não estava nem um pouco interessado na existência de Peter, pois estava conversando com Clara sobre o futuro casamento dos dois.
Calebe, como sempre, percebeu o incomodo no rosto de Peter, suspeitava a razão da cara amarrada do moreno e mesmo assim, a primeira coisa que fez ao terminar a cerimônia foi conversar com Peter.
- O que houve dessa vez?- pergunta o loiro.
- Aquela mulher ainda vai me deixar louco!- disse Peter gesticulando para Clara, sem se importar se ela o veria.
Calebe respira fundo tentando buscar a calma e um pouco de serenidade, para poder aconselhar Peter:
- Você acha mesmo que tem chances depois de tudo o que aconteceu?
- É claro, como sempre ela vai voltar a falar comigo como se nada tivesse acontecido.- responde o moreno firmemente.
Calebe o olhou com pena, tentou alertá-lo:
- Conhecendo a minha irmã,acho isso improvável.
- Porque?!- rebate Peter com seus olhos vermelhos fervendo de ódio.
A simples pergunta fez Calebe perder a paciência.
- Você é burro ou apenas gosta de fingir ser? Por acaso não ouviu o tom que ela usou para falar com você?
Peter ainda tentou argumentar dizendo:
- Era apenas na hora da raiva, quando passar...
- E se não passar? Ela com certeza falou sério quando disse sobre casar com o mordomo de Ciel. - relembrou o loiro.
- Como você mesmo disse anteriormente " Nem tudo está perdido, ela ainda não disse o sim no altar".- disse Peter convencido.
- Estou ciente do que falei e independente disso, você já foi vencido e o sim será apenas a confirmação da sua derrota.
Dito isso Calebe saiu de perto, para que Peter não pudesse insistir ainda mais naquilo, por mais que ele tentasse disfarçar o loiro havia conservado um sentimento de raiva por Peter. Após o afastamento de Calebe, o moreno permaneceu pensativo, com as palavras do irmão de Clara se repetindo, pensava se realmente havia perdido a mulher que tanto amava.
Já haviam se passado quase duas horas de enrolação, os votos dos noivos foram demorados e Clara já não estava aguentando, ansiava por uma taça do maravilhoso vinho que os noivos escolheram, depois de mais algum tempo a festa finalmente foi anunciada, enquanto várias pessoas iam para o lado aonde a noiva se preparava para jogar o buquê, Clara se dirigiu para a mesa mais próxima, Elizabeth seguiu a noiva a passos apressados, obviamente seu noivo a acompanhou com Sebastian que vinha logo atrás.
- Três!- Grell começou a contar.
Elizabeth andou ainda mais rápido deixando Ciel para trás.
- Dois...- continuou a ruiva.
Ciel correu para alcançar sua noiva.
- UM!- gritou Grell, logo em seguida lançou o buquê no ar.
Nesse exato momento Lizy acabou tropeçando no vestido, Ciel a segurou nos braços antes que a loira fosse de encontro ao chão, o buquê ainda se encontrava no ar e com a força com que ele foi jogado uma rosa acabou por se desprender do restante das flores, a flor vermelha voou e acabou por cair na taça cheia de vinho que Clara estava segurando. Do outro lado do salão o restante das flores estavam prestes a cair em cima de Ciel, mas rapidamente seu mordomo pega o objeto ainda no ar.
Todos os olhares são direcionados a Sebastian que tinha as flores ainda em mãos, mas logo depois a rizada de Clara corta o silêncio.
- Minha nossa! (risos) De onde surgiu essa rosa?- disse ela tirando a flor, molhada de bebida, do copo.
Ao perceber os olhares surpresos dos convidados, rapidamente Clara notou Sebastian com o buquê em mãos, os olhos do mordomo brilhavam mais que diamantes enquanto um suave sorriso se formava em seu rosto, a cada passo que dava em direção a dama de companhia ele tinha cada vez mais certeza de que ele havia sido o escolhido para ter a mesma em seus braços por toda a eternidade.
Clara sentia seu coração bater tão rápido que se ela não fosse imortal provavelmente teria um ataque cardíaco. Peter assistia tudo sem acreditar no que seus próprios olhos viam, enquanto isso Calebe espreitava a sequência de acontecimentos esperando ansioso por uma grande briga.
Ciel ajudou Lizy a levantar, com os dois pés firmes no chão, a loira ergue a voz e grita:
- Beija, beija!
Logo os outros convidados fizeram o mesmo, Clara encarava sua senhora com espanto, jamais imaginou que a jovem moça se vingaria desse forma, Sebastian sem dizer uma única palavra tomou Clara em seus braços, a inclinou lentamente para trás de modo que ela estivesse quase deitada em seu braço, a olhou profundamente nos olhos enquanto seus lábios se aproximavam, em um braço ele tinha Clara apoiada enquanto a outro segurava o buquê para que nenhuma flor acabasse amassada. O beijo não demorou mais do que 6 minutos e foi aplaudido do começo ao fim.
Peter só sentiu mais raiva ao presenciar toda aquela cena, e foi ali que seu amor por Clara começou a beirar a loucura. Cada toque, cada olhar, cada suspiro de Clara para Sebastian era como uma tortura para ele, que se via de mãos atadas naquele momento, sem poder fazer nada a respeito.
A festa acabou e todos foram para casa, Sebastian levou Ciel para casa enquanto Clara só conseguiu chegar na mansão com a ajuda de Calebe, pois a dama de companhia estava completamente bêbada.
Enquanto todos conversavam alegremente Peter apenas os seguiu como uma sombra, com a respiração baixa e quase imperceptível, pensava em um milhão de maneiras para ter novamente Clara, esse pensamento o perturbou quase que a noite inteira, até que ele finalmente percebeu que para alcançar esse objetivo ele teria que estar disposto a tudo.
{ 3 meses depois- Véspera de ano novo}
Três meses se passaram e finalmente a mansão Midford estava reconstruída exatamente como era anteriormente, claro que isso levaria muito mais tempo se não fosse a inquietação da dama de companhia que toda madrugada ia na construção e adiantava algo, seja no reboco de uma parede ou na construção do salão de festas, Clara foi fundamental para agilizar o processo.
Enquanto o tempo passava Sebastian sentia algo estranho, todo dia quando o relógio batia exatamente 18:54 uma forte dor de cabeça o invadia, sua visão ficava turva, seu trabalho aos pouco foi ficando mais e mais complicado, era obrigado a se deitar e se por acaso pegasse no sono Sebastian ouvia a voz de seu mestre dizendo sempre as mesmas palavras:
"- Mate Clara."
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Por Ela
Fiksi Penggemar"Desde que Lizy contratou aquela mulher misteriosa para ser sua dama de companhia ela anda diferente." - Ciel. Elizabeth, uma jovem garota de 17 anos prestes a se casar com o rapaz a quem seu pai prometera a sua mão quando ainda era apenas um bebê. ...