Capítulo 30- Sua Dama, Sedutora ( Parte 1)

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Os dois estavam prontos para abrir o portal quando Elizabeth chama por Clara, temendo o pior a morena se teletransporta para a mansão imediatamente, quando ela chega vê Lizy sentada em uma poltrona com duas cartas em mãos. Depois de constatar que tudo estava bem, a dama de companhia solta um suspiro de alivio quando pergunta:

- Me chamou senhora?

- Clara por gentileza leia isso para mim.- disse a loira se levantando e entregando as folhas para Clara.

- Qual eu devo ler primeiro?

- Essa. - respondeu Elizabeth apontando para a carta com o selo da família Phantomhive.

Clara por sua vez limpa a garganta antes de começar:

- Querida Lizy, sei que já faz muitos dias que não a vejo, a rainha ainda precisa dos meus serviços, por isso, devo ficar distante por mais alguns meses, entre tantos acontecimentos não deixo de sentir sua falta, esse tempo pode demorar ainda mais para mim. Espero lhe reencontrar em breve. Com amor, Ciel Phantomhive.

A voz de Peter veio logo em seguida, apenas para anunciar sua presença e total irritação pela volta inesperada de Clara.

- Parabéns pra esse garoto que no meio de tanta avareza conseguiu ser romântico.

Clara automaticamente ignora o comentário desagradável.

- Até aqui tudo bem, certo? Agora leia a outra.- disse Elizabeth apenas para aumentar o suspense.

Clara abriu o papel cuidadosamente, e começou a ler:

- Carta direcionada a Condessa Elizabeth Ethel Cordelia Midford. Prezada Condessa, venho por meio desta carta lhe informar que eu, Alois Trancy, tenho a honra de convidá-la a cerimônia de minha nomeação como Conde, comemorarei com uma grande festa no primeiro sábado de agosto, que terá início às 17:00, sua presença me agrada imensamente, atenciosamente Alois Trancy.

O silêncio tomou conta da casa, sem ao menos conseguirem ouvir a própria respiração, todos se encaravam surpresos, Calebe estava presente desde o começo de tudo, mas só então resolveu se manifestar:

- A senhorita vai?

- Claro! Não posso negar a presença em um evento tão importante assim e Clara vai comigo!

- O que?- Perguntaram Peter e Clara ao mesmo tempo.

- Não apenas para garantir a minha segurança, mas também quero que esteja a par de todas as relações comerciais que tenho com Alois, já que ele mostrou interesse em investir na fábrica.

- Entendo. - concordou Clara.

- Ma-mas...- gaguejou Peter.

- Sem mas Peter, já está de decidido!- disse Lizy.

O dia da festa de Alois chegou rápido, se aproximava a tarde e Clara terminava de arrumar Elizabeth, com a ajuda de uma escova a morena dava vida ao cachos loiros de sua senhora. Depois de pronta Lizy saiu do quarto em direção ao escritório, Clara aproveitou para ir ao seu quarto trocar de roupa.

Abriu o armário e a primeira coisa que lhe recebe é a espada, com um brilho quase imperceptível já que estava atrás dos muitos vestidos dela, Clara procurava algo perfeito, até que um em especial lhe chamou a atenção, era azul escuro, por cima tinha um fino tecido brilhante fazendo o vestido parecer o céu noturno repleto de estrelas.

Elizabeth pegou alguns papéis caminhou rumo a escada, seus olhos passavam corridos pelas linhas do papel quando um pequeno sorriso se formou no canto de sua boca ao ler sobre o aumento de vendas no último mês.

- O que está escrito que lhe deixou tão alegre?- pergunta uma voz familiar.

Elizabeth levanta o olhar e se depara com Alois e Claude no salão principal, ao perceber a surpresa da jovem o loiro apressou a explicação:

- Desculpe pela invasão, pedi para seu mordomo não me anunciar pois queria lhe fazer uma surpresa.

- Ah, sem problemas, o senhor me acompanharia ao meu escritório? Suponho que o assunto seja urgente.- disse Elizabeth sorrindo.

- Não, não se trata de negócios, quero apenas passar um pouco de tempo com a senhorita antes que a cerimônia comece.

Elizabeth sorriu sem jeito e depois o convidou para o jardim, Peter e Calebe espreitavam a conversa, assim que os passos foram se distanciando eles tomaram a liberdade de conversar sobre o assunto.

- Não acredito no que acabei de ver e ouvir.- começou Peter.

- Ele é o Alois de quem você me falou?- pergunta Calebe.

- Ele mesmo.

- Mas ela tá noiva!

- Eu sei, e tenho certeza de que ele também. Por isso devemos avisar Clara imediatamente!

- Certo...

O barulho dos saltos batendo no piso de mármore fez Calebe parar de falar, os olhos deles foram atraídos pela linda morena que descia as escadas.

- Minha nossa.- Comentou Peter.

Calebe abriu um largo sorriso, ao ver a irmã descer as escadas, Peter parecia hipnotizado enquanto Clara se aproximava cada vez mais, parou bem próxima a Peter que ainda tinha os olhos vidrados na mulher. Clara inspecionou o salão principal a procura de Lizy, já havia olhado em todos os andares superiores da mansão sem encontrar sua senhora.

- Por acaso sabem aonde Elizabeth está?- perguntou ela preocupada.

- No jardim com Alois.- responde Peter.

- Como isso aconteceu?

- Não sabemos direito, ele disse que pediu para Peter não anunciar, porém Peter estava comigo na cozinha, assim que ouvimos vozes desconhecidas nós subimos para ver quem era. - argumenta Calebe.

Clara virou as costas e saiu a passos apressados, quase correndo, adentrou o jardim sem nem olhar para trás, ignorando todos os avisos dos rapazes. O primeiro a ver Clara foi Claude, sua expressão ainda era séria, mas um pequeno brilho em seu olhar revelava um entusiasmo oculto.

- Ah, Clara ainda bem que já está pronta, Alois vai nos acompanhar até a mansão Trancy.- disse Elizabeth alegremente.

- Sim senhora.- respondeu Clara disfarçando a irritação com sua voz suave.

Os quatro chegaram na mansão antes de todos os outros convidados, Alois ofereceu o braço para Lizy convidando para um tur pela mansão, ela estava um pouco relutante, mas aceitou. Antes que a morena seguisse sua senhora Claude a puxou pelo pulso, Clara parou bruscamente, de imediato seu olhar repleto de ódio foi lançado na direção do mordomo.

- O que o seu senhor pretende?- Questionou Clara.

- Direta, como sempre.- Brinca Claude.

- Me diga.- insistiu ela.

- O desejo de meu senhor não te diz respeito, aliás- neste momento ele tocou o tecido do vestido de Clara completando- esse é um dos vestidos que lhe dei?

Clara ficou em silêncio, sem resposta ele continuou:

- Ficou linda nele, por ser de um tecido raro achei que ia gostar.

As mãos de Claude tocaram o ombro da morena, ela por sua vez agarrou o pulso do homem e afastou de seu corpo.

- O que pretende? Me diga!- Perguntou ela já alterada.

- Vamos querida, pense um pouco, para um demônio o que vale mais do que uma alma pura?- diz Claude.

- Quer o meu trono?- respondeu Clara sentindo o tamanho da obviedade da pergunta.

- Como você é inteligente, estou impressionado.- ironizou o mordomo.

- Não seja tão esnobe e irônico, não faz ideia de com quem está lidando!- Ameaça ela.

- Talvez não, mas vamos nos divertir muito.

O barulho das carruagens anunciam a chegada dos convidados, Clara se afasta de Claude, ele se aproximou sorrateiramente e pousou um rápido beijo entre os cabelos da morena, depois seguiu para a cozinha.

Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora