Capítulo 45- Sua Dama, Solitária.

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~Narrador~

Calebe sobe no telhado, sorrindo ele deita sobre as telhas de barro, Spike balançou a cabeça e perguntou:

- Qual é a razão da sua felicidade?

- Ah Spike, meu querido Spike, eu estou apaixonado!- respondeu o loiro suspirando.

O demônio o olhou cético e questiona:

- Apenas isso?

Calebe soltou uma risada curta e sincera antes de responder:

- Não, tenho uma novidade... Vou se tio!.

Rapidamente Spike foi tomado por puro desespero.

- Elena está grávida?!!

O loiro riu sonoramente.

- O que? Obviamente não, Clara será mãe.

Spike se acalmou, porém ainda parecia preocupado, Calebe estava confuso, ele coloca a mão sobre o ombro de seu amigo antes de perguntar:

- O que houve?

- Você ainda não sabe?- Spike pergunta passando as mãos desesperadamente por seus cabelos rosados.

- Do que eu deveria saber?

Spike se senta novamente encarando o horizonte, na sua mente ele puxava o emaranhado que se tornou suas memórias.

- Mesmo antes de assumir o trono, Clara queria muito ser mãe e ter uma família, depois da chegada de Peter ao inferno ele aos poucos a conquistou, ela estava tão apaixonada que outros homens que a cortejavam eram ignorados completamente, em um dia Clara contou para Peter sobre construir uma família, mas Peter se recusou disse que aquela ideia o assustava e que se tudo estava tão perfeito não havia necessidade de mudar. Aquela resposta abalou Clara, o sentimento de rejeição a preencheu, mesmo que pouco a pouco se afogando em um mar de solidão e tristeza ela não desistiu, na mesma data e em todos os anos Clara fazia a mesma pergunta para Peter e sua resposta nunca mudou.

Depois de algumas tentativas Clara desistiu, a rainha se trancou no próprio quarto com alguns livros e materiais para serem sua companhia, durante quase um mês ela não saiu para nada, dado o fim desse mês, no primeiro dia da primavera na Europa ela saiu do quarto e não estava mais sozinha. De mãos dadas com um garotinho com cabelos muito ruivos, olhos azuis iguais aos da rainha, uma pele branca e pálida, olhos grandes e redondos e uma voz baixa quase que imperceptível.

Clara o apresentou como seu filho, todos se alegraram, eu desconfiei de que esse garoto podia ser um problema no futuro, eu infelizmente estava certo. O tempo passou e esse pequeno ruivo cresceu, com todo amor e carinho como se ele realmente fosse filho da realeza, porém com o passar dos anos o ciúme do menino em relação a mãe crescia isso fez despertar nele uma atração por Clara, assim que atingiu a idade adulta ele declarou seu amor, posso te afirmar com certeza de que não é o mesmo amor de um filho por uma mãe, eram desejos românticos.

Clara o rejeitou imediatamente, disse que ele era seu filho e ela jamais o desejaria da mesma forma, o ruivo não pareceu muito triste ou enraivecido, entretanto ele percebeu como Clara e Peter se amavam, aquela situação foi suficiente para que o rapaz despertasse um ódio aterrorizante dentro de si.

Clara queria muito um filho que a amasse como mãe pra sempre, ela não sabia como descartar a sua primeira criação, mas mesmo assim ela buscava seu tão amado filho, sua obsessão a cegou para o que estava a sua volta, criação após criação, nada chegava aos pés do que o ruivo representava em seu coração, no quarto haviam apenas três, Sebastian, Claude e Hannah. Eu andava tranquilo pelos corredores do palácio quando vi os corpos das criações de Clara, o rapaz estava enfeitando o salão com os corpos mutilados, reuni a guarda e encontrei a rainha, assim que contei a ela o causador de toda aquela desordem ela imediatamente pegou suas últimas criações e as enviou para outras dimensões.

Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora